Review: Transatlantic – The Absolute Universe (2021)


Sete anos após seu último disco – Kaleidoscope (2014) -, o supergrupo Transatlantic recompensou os fãs com dois álbuns inéditos e mais de 2h30 de novas músicas. Um lançamento que pode parecer um tanto megalomaníaco e estranho nesse mundo em que vivemos, onde não só o consumo de música em mídia física foi reduzido a um nicho, como a duração dos álbuns atuais também diminuiu, variando entre 40 e 50 minutos.

Bom, tudo isso faz sentido para uma parcela dos ouvintes atuais, mas perde a relevância quando falamos de alguns gêneros específicos. Um deles é o prog, onde o apego aos CDs, LPs e outros formatos ainda é forte, além de sempre ter sido um estilo que demanda um certo grau de exigência dos ouvintes para ser apreciado em sua plenitude. O rock progressivo e todas as suas variantes jamais foram uma música descartável, e o Transatlantic reafirma essa conclusão.

Os dois novos álbuns do quarteto formado por Neal Morse (vocal, teclado e guitarra, Spock’s Beard, Flying Colors)), Roine Stolt (guitarra, Flower Kings, The Sea Within), Pete Trewavas (baixo, Marillion) e Mike Portnoy (bateria, Dream Theater, Sons of Apollo, The Winery Dogs) são The Absolute Universe: The Breath of Life (Abridged Version) e The Absolute Universe: Forevermore (Extended Version), cujos tracklists possuem canções compartilhadas em versões diferentes e com letras também distintas.


Ambos mantém a sonoridade característica do Transatlantic, que bebe no progressivo clássico de nomes como Genesis, Yes e outros nomes icônicos, oceanos de inspiração para uma música requintada, cheia de classe, repleta de melodias bem construídas, vocais majestosos e execução instrumental primorosa. A união desses quatro músicos, como sempre, produziu uma obra repleta de nuances, rica em sua plenitude e que agradará qualquer apreciador de rock progressivo.

Dito tudo isso, tentar resumir toda essa jornada musical em uma lista de faixas em destaque me parece muito pouco. A recomendação é ouvir tudo com atenção e ser brindado por maravilhas sensacionais como “Overture”, “Reaching for the Sky”, “Looking for the Light”, “Owl Howl”, “Heart Like a Whirlind”, “Rainbow Sky”, “The World We Used to Know” e muitas outras. Foram sete anos de ausência, mas a banda soube recompensar os fãs da melhor forma, com dois discos excelentes e que já nasceram com status de históricos.

Se você é fã de prog ou de qualquer um dos músicos envolvidos, vai gostar muito do que o Transatlantic fez em The Absolute Universe.

Comentários

  1. Nossa! Nem parece que já faz tanto tempo assim que os caras não gravam. Tem música do Kaleidoscope, que ainda me soa como nova. HAHA

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