Primeiro álbum ao vivo do Whitesnake, Live ... in the Heart of the City foi lançado em 3 de novembro de 1980. Na discografia da banda britânica, ele sucede os três primeiros trabalhos de estúdio – Trouble (1978), Lovehunter (1979) e Ready an' Willing (1980) – e traz o grupo como um sexteto formado por David Coverdale, pelos guitarristas Mickky Moody e Bernie Marsden, pelo baixista Neil Murray e pelos parceiros de Coverdale no Deep Purple, o tecladista Jon Lord e o baterista Ian Paice. A produção é do lendário Martin Birch.
O tracklist apresenta treze faixas gravadas em dois períodos diferentes: nos dias 23 e 24 de junho de 1980 no Hammersmith Odeon, em Londres, e em vários shows da turnê de 1978. As canções registradas em 1978 foram lançadas exclusivamente no Japão em um EP chamado Live at Hammersmith, e acabaram sendo incluídas no álbum. Há ainda uma faixa bônus, a versão em estúdio para “Ain't No Love in the Heart of the City”, vinda de Snakebite, álbum lançado em 1978 e creditado a David Coverdale's Whitesnake.
Primeiro ao vivo do Whitesnake, Live ... in the Heart of the City é o recorte de uma fase da banda que foi deixada de lado a partir de 1987. Em seus primeiros anos, a turma de Coverdale executava um hard rock repleto de elementos de soul e blues, que conquistou diversos admiradores mundo afora, que se referem a esse período como “chapéu e bigode”, referência à indumentária dos músicos na época. A transição se deu a partir de Slide It In (1984) e foi referenciada com o multiplatinado álbum de 1987, quando a banda passou a fazer um som mais voltado para o hard rock norte-americano.
Além de músicas dos três primeiros discos, o ao vivo traz versões personalíssimas para dois clássicos do Deep Purple: “Might Just Take Your Life” e “Mistreated”, ambas do disco de estreia de Coverdale com o Purple, Burn (1974). A performance é calorosa em todas as canções, com destaque para David Coverdale no auge de sua voz. A dupla de guitarristas despeja feeling, enquanto Jon Lord e Ian Paice parecem estar se divertindo e curtindo muito a parceria com o vocalista. Entre as músicas, destaques para “Walking in the Shadow of the Blues”, “Fool for Your Loving”, “Ain't Gonna Cry No More”, “Lie Down”, “Trouble” e para a linda releitura de “Ain't No Love in the Heart of the City”, canção do bluesman Bobby Bland.
Live ... in the Heart of the City segue sendo, para muitos, o melhor álbum ao vivo do Whitesnake, e me incluo nesse grupo. Um registro de uma época que nunca mais foi retomada pela banda, mas que ocupa um lugar especial no coração dos fãs.
Um dos melhores discos ao vivo que já ouvi!
ResponderExcluirGrande álbum. Desde 1980 o tenho, nos diversos formatos ao longo desses 41 anos. Eu tinha a mania de deixar esse vinyl sempre na frente dos demais. Tenho a edição em cd em que foi cortada "Come on" do Hammersmith 78.
ExcluirEsse tem 13 canções é quase o vinyl original.