Review: Eternal Idol – Renaissance (2020)


Fabio Lione possui vários empregos. Além de vocalista do Angra e da sua versão do Rhapsody ao lado do guitarrista Luca Turilli, participa de inúmeros projetos como convidado especial. E mais: ele também é vocalista do Eternal Idol, banda italiana formada em Vicenza em 2016 e que conta, além de Lione, com a vocalisa Claudia Layline, com o guitarrista e tecladista Nick Savio, com o baixista Andrea Buratto e com o baterista Enrico Fabris. O primeiro disco, The Unrevealed Secret, saiu em 2016, e o segundo, Renaissance, chegou às lojas em 2020.

O que chama a atenção no Eternal Idol é a união muito bem feita de power metal e metal sinfônico com características de AOR e melodic rock. Isso faz com que Renaissance mostre ao mundo uma faceta pouco explorada de Fabio Lione, que canta de forma bem menos épica e grandiosa da que estamos acostumados, além de explorar aspectos até então pouco conhecidos de sua musicalidade.

O álbum conta com dez faixas e surpreende muito positivamente pelo alto nível das composições, e digo isso porque não se trata da banda principal de seu nome mais conhecido – justamente Lione -, o que geralmente faz com que esses projetos menores não sejam assim tão surpreendentes. Aqui acontece exatamente o contrário. Os duetos com Layline permeiam todo o trabalho, que conta com uma execução exemplar dos demais integrantes. Refrãos fortes e repletos de melodia, elemento vindo direto do AOR, também saltam aos ouvidos, e são amplificados pelos arranjos super bem construídos. “Dark Eclipse”, por exemplo, é uma das músicas mais surpreendentes do álbum porque parece que estamos ouvindo algo de um nome contemporâneo do AOR como o H.E.A.T. e não uma canção cantada por uma das vozes mais emblemáticas do power metal.

O lado sinfônico marca presença, mas com uma abordagem mais acessível e menos complexa daquela que vemos em bandas como o Epica. Basta ouvir “Without Fear”, por exemplo, para perceber isso. Outros destaques estão em “Not the Same”, “Lord Without Soul” e na música que batiza o disco. Vale mencionar também o belo trabalho da guitarra de Nick Savio, com solos muito bem pensados e que agregam às composições e chamam bastante a atenção.

O Eternal Idol revela um lado desconhecido de Fabio Lione. E ouvir uma das maiores vozes do metal contemporâneo trilhando um novo caminho e de forma tão competente é uma ótima surpresa.

Lançamento nacional via Shinigami Records.


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