Review: Heavy Feather – Mountain of Sugar (2021)


É comum lermos e ouvirmos comentários do tipo: “Deve ter sido inesquecível ter vivido na época em que as grandes bandas estavam gravando seus discos clássicos e fazendo história”. Sim, realmente foi. Mas essa experiência se repete hoje em dia com diversos nomes que também estão lançando álbuns clássicos e escrevendo momentos marcantes da música bem agora, no nosso tempo. Exemplos não faltam: Steven Wilson, Rival Sons, Ghost e muitos outros. O Heavy Feather se enquadra nesse grupo.

O quarteto sueco executa um rock assumidamente retrô, que bebe em influências dos anos 1960 e, principalmente, da década de 1970. Tendo como integrante principal a ótima vocalista Lisa Lystam, a banda entrega um blues rock cativante e cheio de qualidade. Mountain of Sugar é o segundo disco do Heavy Feather e assim como o primeiro – Débris & Rubble (2019) -, ganhou edição nacional pela Hellion Records.

Produzido por Erik “Errka” Petersson (que toca piano e Fender Rhodes no álbum) e pela própria banda, o disco traz onze faixas que demonstram o quanto o Heavy Feather merece ser mais conhecido e comentado. Para efeitos de comparação, o som é similar ao do Blues Pills, porém com um apelo menos hard e com os pés mais fincados no blues e no rhythm and blues.

Um riff poeirento abre “30 Days”, cujo refrão faz alusão à clássica “30 Days in the Hole”, do Humble Pie. O groove é a base de “Bright in My Mind”, com uma interpretação incrível de Lisa. Se o rock ainda fosse o preferido da mídia, “Love Will Come Easy” teria tudo para se tornar hit. A canção título é uma das melhores do álbum, ao lado de “Too Many Times” e “Come We Can Go”. Baladas como “Let it Shine” e “Sometimes I Feel” mostram o lado mais sentimental da banda, essa última uma verdadeira pérola com a voz do guitarrista Matte Gustafsson. Como curiosidade, vale mencionar que o álbum traz uma canção chamada “Rubble & Débris”, e que o primeiro disco continha uma faixa chamada “Débris & Rubble”.

A edição brasileira vem em slipcase, com encarte de doze páginas e todas as letras.

Disco bem legal, indicado pra quem adora um rock com pegada vintage.


Comentários

  1. Esses selos como a Hellion estão salvando a vida de pessoas como nós, que ainda consomem mídia física aqui no Brasil. E que disco hein! Um dos melhores do ano na minha opinião.

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