Sabe aquele momento mágico da descoberta de um álbum cuja primeira audição nos faz perceber que a história da música está sendo escrita agora, diante de nossos olhos? Pois essa foi minha sensação ao escutar Holoceno, o primeiro trabalho desta banda paraibana.
As letras, em português e muito bem escritas, giram em torno do conceito de um cangaceiro que tem um mau presságio durante um sonho e tenta mudar o futuro promovendo matanças. Ao perceber, entretanto, que sua situação e a do planeta apenas vão piorando cada vez mais, resolve vender a alma ao diabo para impedir o apocalipse.
Holoceno é um álbum inovador como poucos, trazendo uma sonoridade calcada no sludge metal, mas com forte influência da psicodelia nordestina de bandas como Ave Sangria, Marconi Notaro e Anjo Gabriel. A alternância de vozes guturais e limpas remete aos melhores momentos do Anciients, e as composições, de uma qualidade absurda, dialogam com o Mastodon de Crack the Skye e com o maravilhoso The Direction of Last Things, do Intronaut.
A inserção de solos de sintetizadores nas faixas “Bacia das Almas” e “Água Branca” e de sax em “Lobisomem” e na faixa-título enriquecem ainda mais o resultado final, e realçam as influências progressivas e jazzísticas na massa sonora produzida pelo Papangu.
Desde já um dos melhores álbuns do ano!
Por Pedro Junior da Luz Teixeira
Depois desta resenha, não tem como não irmos conferir o trabalho da banda !!
ResponderExcluirAgradeço por compartilhar!!
To arrepiado só pela resenha...
ResponderExcluirAlguém sabe se foi lançado em CD e onde comprar ou é só em streaming?
ResponderExcluirBanda falou no instagram que pretendem lançar físico.
ExcluirÁlbum fantástico, merece todos os elogios. Um dos melhores de 2021
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