Review: The Vintage Caravan – Monuments (2021)


O Vintage Caravan chega ao seu quinto álbum explorando o excelente background de influências de sempre: Led Zeppelin, Cream, Budgie, Black Sabbath, Blue Öyster Cult e outros nomes pioneiros do que viria a ser o heavy metal. O trio islandês formado por Óskar Logi Ágústsson (vocal e guitarra), Alexander Örn Númason (bass) e Stefán Ari Stefánsson (bateria) demonstra ter chegado à maturidade com ótimas canções que mantém a energia e peso dos trabalhos anteriores, mas que agora transparecem um trabalho mais profundo de composição e um cuidado extra na confecção das melodias, além de trechos instrumentais mais pretenciosos.

A união entre peso e psicodelia dá as caras logo na abertura, com a ótima “Whispers”. Óskar mantém-se como o grande destaque do Vintage Caravan, seja por sua voz agradável ou por seu talento e inspiração na guitarra. Já os grooves e as bases são construídos de forma monolítica pela dupla Alexander e Stéfan, que estão entrosadíssimos. O resultado é uma coleção de onze faixas que mantém a qualidade da discografia do Vintage Caravan lá em cima.

“Crystallized” possui uma introdução cheia de malícia e se destaca logo na primeira audição. “Can´t Get You Off My Mind” entrega um clima on the road, enquanto “Dark Times” soa como se o Iron Maiden mergulhasse com tudo no rock psicodélico, com cativantes melodias de guitarra. “Forgotten” é o ponto central do disco, um hardão animalesco que ultrapassa os oito minutos e não deve nada às grandes lendas do rock pesado dos anos 1970.

O nível segue alto com o balanço de “Sharp Teeth” e alcança os céus com a beleza e o feeling gigantes de “Hell”. O trio bebe no southern rock clássico da Allman Brothers Band em “Torn in Two”, que soa como uma prima distante e mais vitaminada da lendária “Whipping Post”. O peso toma conta de “Said & Done” e contrasta com o doce encerramento proporcionado por “Clarity”. Essa canção bebe nas harmonias vocais de nomes como Eagles e America e transmite uma sensação reconfortante, concluindo o álbum de forma quase transcendental.

Destaque final para a bela edição nacional da Hellion Records, que veio em slipcase e com encarte de 16 páginas com fotos e todas as letras.

Discão, mais uma vez!


Comentários

  1. Discão de uma banda que merece mais destaque entre os fãs de hard e rock clássico em geral

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  2. Uma das bandas de destaque da atualidade, junto com o Kadavar e o Heavy Feather. Eles vêm construindo sua identidade, com garra e originalidade, bebendo na fonte dos anos 70.

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  3. Discaço, apesar da masterização "achatada".

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