Review: Archon Angel – Fallen (2020)


A gravadora italiana Frontiers Records é uma fábrica de produzir música. São inúmeros os projetos que nasceram no selo e chegaram ao mercado nos últimos anos. Muitos deles acabam tendo uma cara de produção em massa, mas uma quantidade considerável consegue se destacar pela qualidade apresentada. Felizmente, esse é o caso do Archon Angel.

Fallen, estreia da banda, foi lançado em fevereiro de 2020 na Europa e ganhou uma bonita edição slipcase em 2021 pelas mãos sempre competentes da Hellion Records. O álbum tem como principal atração a voz de Zak Stevens, idolatrado com razão pelos fãs do Savatage e que também construiu uma bela carreira com o Circle II Circle. A banda é completada pelas guitarras de Aldo Lonobile (Secret Sphere), pelo teclado de Antonio Agate, o baixo de Yves Champion e a bateria de Marco Lazzarini. Aldo e Antonio são os responsáveis pela composição da maioria das faixas.

A sonoridade é épica e cheia de melodia, com a presença constante de arranjos de teclados que emulam orquestrações e dão um clima grandioso para as músicas, que contam com andamentos mais cadenciados e sem a correria característica de alguns gêneros do heavy metal. Percebe-se sem muito esforço que algumas canções foram compostas para seguirem fielmente o estilo do Savatage, como fica claro na música que batiza o disco e abre o trabalho. Já “The Serpent”, que vem a seguir, apresenta uma das grandes qualidades do Archon Angel: a capacidade de soar clássico e moderno ao mesmo tempo, o que dá ao som um aspecto contemporâneo sem perder a pegada tradicional.

As boas canções entram em sequência e conquistam o ouvinte quase de imediato, como é o caso de “Rise” e da ótima “Under the Spell”. O trabalho instrumental primoroso salta aos ouvidos e marca tanto momentos mais experimentais como “Twilight” quanto o mergulho em uma atmosfera mais tradicional percebido em “Faces of Innocence” e “Hit the Wall”, essa última outro dos grandes acertos do álbum. Zak Stevens brilha de forma intensa na acústica “Brought to the Edge”, enquanto o álbum fecha com um épico de mais de sete minutos e que é puro Savatage chamado “Return of the Storm”.

A chancela da Frontiers Records muitas vezes acaba não sendo bem vista por uma parcela de ouvintes por causa do ritmo industrial com que a gravadora cria novos projetos e coloco novos discos no mercado. No entanto, quando acertam a mão os italianos acertam em cheio, e o Archon Angel é um desses casos.

Excelente disco!


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