Review: Psychotic Waltz – The God-Shaped Void (2020)


Veteranos dos anos 1990, o quinteto californiano Psychotic Waltz retornou no início de 2020, pouco antes do lockdown planetário provocado pela pandemia de coronavírus, e voltou em grande estilo. The God-Shaped Void é o primeiro álbum da banda em mais de vinte anos, desde Dark Millenium (1999), e valeu a espera.

As aventuras pelo grunge em Mosquito (1994) e pelo metal alternativo e groove metal no espetacular Blessing (1996) ficaram para trás. A banda soa diferente no novo álbum, o que não é nada surpreendente levando em conta as quase três décadas que separam The God-Shaped Void dos discos citados. O que ouvimos é um prog metal límpido e com o já esperado apuro instrumental. O trabalho de composição é muito bem feito e resulta em faixas bem acabadas e que geram uma audição pra lá de agradável. A intersecção entre o teclado de Dan Rock (também guitarrista) e a guitarra de Brian McAlpin conduz a valsa do grupo, enquanto os vocais cristalinos de Devon Graves colocam o som em um nível superior. Apenas para efeito de comparação, dá pra decodificar o som atual do Psychotic Walz como uma espécie de Between the Buried and Me sem a exuberância percussiva, aqui substituída pelo feeling onipresente e cheio de classe que só a experiência traz. Ou, usando uma referência mais atual, dá até pra afirmar que a banda soa como um Soen mais pesado e sujo.

A qualidade do trabalho é inegável, e não à toa o álbum foi eleito por diversos sites e publicações como um dos melhores discos de metal progressivo de 2020. Há justiça nessa aclamação, e isso fica claro em canções como “Devils and Angels”, “All the Bad Men”, na sensacional “While the Spiders Spin”, “Pull the String” e “In the Silence”.

Grande disco, que saiu no Brasil em CD slipcase via Hellion Records.


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