Review: Lucas Barnery – The Wave and the Sea (2021)


Primeiro álbum do guitarrista baiano Lucas Barnery, The Wave and the Sea é um trabalho de rock progressivo muito influenciado por Pink Floyd e que traz o músico também cantando. Lucas é acompanhado de diversos instrumentistas e conta com as participações especiais de vocalistas como Karen Silva, Amanda Naricci e Igor Garcia, entre outros.

O álbum é conceitual e fala sobre a morte e a decisão de tirar a própria vida. As canções narram o sentimento de perda de quem fica e o vazio de quem tomou essa decisão, compondo um trabalho denso e melancólico. A influência de Pink Floyd (notadamente do clássico The Wall, de 1979) é sentida durante todo o disco, e vai desde o modo de escrever e a ambientação das canções claramente inspiradas na maneira Roger Waters de fazer música, e chegam até David Gilmour através da forma de tocar de Lucas, que é elegante e nada apressado nos solos. Já os trechos mais pesados não chegam a se aproximar do prog metal e mostram que Barnery provavelmente é fã de bandas como o Porcupine Tree.

Todo cantado em inglês, The Wave and the Sea é um bom álbum de rock progressivo que brinda o ouvinte com belas canções como “Fate After Death”, a linda “Birds”, “Hold On”(com um solo de sax bem encaixado por Jordi Amorim), “The End” (com um belo dueto de Lucas com Amanda Naricci) e a grandiosa “The Enemy and the Corridor” (a mais pesada do disco), com mais de quinze minutos de duração e que conta com um trecho central acústico onde Lucas mostra suas influências de música brasileira.

Graficamente, o CD vem em slipcase e em um digipack muito bem feito, e conta com encarte de 12 páginas com todas as letras. A produção é um pouco abafada, mas nada que comprometa o resultado final.

Uma boa surpresa, indicada para todo fã de prog.


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