Review: Uada – Djinn (2020, reedição 2021)


O Uada é uma banda de black metal formada em 2014 em Porland, nos Estados Unidos, e que vem sendo saudada como uma das novas forças do metal extremo. Com apenas três discos no currículo – Devoid of Light (2016), Cult of a Dying Sun (2018) e Djinn (2020) -, o trio formado por Jake Superchi (vocal e guitarra), James Sloan (guitarra) e Nate Verschoor (baixo) teve o seu último álbum lançado no Brasil pela Hellion Records. A edição brasileira vem em slipcase, encarte em forma de pôster com todas as letras e mais um pôster exclusivo.

Djinn traz seis faixas de um black metal contemporâneo, que investe mais nas melodias macabras das guitarras do que nos arranjos sinfônicos e grandiosos que marcaram o gênero em anos recentes através de nomes como o Dimmu Borgir. Neste sentido, a música do Uada é mais old school, ainda que a banda abra mão da característica produção crua do estilo e invista em uma sonoridade cheia e muito bem equalizada, assinada pelo vocalista Jake Superchi.

As canções variam entre trechos hipnóticos onde os blast beats comem soltos (a bateria ficou a cargo de Josiah Babcock) e momentos com andamentos mais cadenciados e atmosféricos, abordagem essa que deixa a sonoridade muito mais atraente e rica. A interação entre as guitarras de Superchi e Sloan conduz as canções, explorando riffs que até mantém alguns elementos vindos das bandas norueguesas do início dos anos 1990, mas exploram sem medo outros caminhos e muitas vezes são orientados para gêneros não muito comuns para uma banda de black metal, como é o caso do rock. O resultado é uma identidade densa e marcante, que conquista tanto pelo lado técnico quanto pelas sensações que transmite.

Se você procura um álbum de black metal com sonoridade tradicional, pode ser decepcionar. Agora, se quer descobrir por quais caminhos o estilo seguirá nos próximos anos, Djinn entrega algumas pistas.

 


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