Review: Vio-lence – Let The World Burn (2022)


Foi no Vio-lence que Robb Flynn chamou a atenção da cena metal norte-americana pela primeira vez. Após uma breve passagem pelo Forbidden, o futuro líder do Machine Head se juntou ao Vio-lence, onde permaneceu até 1992 e gravou os dois primeiros álbuns da banda, Eternal Nightmare (1988) e Oppressing the Masses (1990). Foi lá que conheceu o guitarrista Phil Demmel, que mais tarde faria parte do Machine Head entre 2003 e 2018. O fato curioso é que Demmel retornou justamente para onde tudo começou, o Vio-lence, após os desentendimentos que levaram à sua saída e a do baterista Dave McClain (hoje no Sacred Reich) da banda liderada por Flynn.

A boa notícia é que o Vio-lence retornou  após um hiato de quase trinta anos sem canções inéditas, desde Nothing to Gain (1993). Ainda que o adesivo na capa de Let The World Burn informe que estamos diante de um novo álbum, o título é na verdade um EP com cinco novas canções. A edição nacional lançada pela Hellion vem em slipcase, traz um mini pôster exclusivo com a capa do trabalho e um encarte de oito páginas com todas as letras. A formação atual conta com os já conhecidos Sean Killian (vocal), Phil Demmel (guitarra) e Perry Strickland (bateria) ao lado de Bobby Gustafson (guitarra, ex-Overkill) e Christian Olde Wolbers (baixo, ex-Fear Factory).

Pioneira na união entre o groove e o thrash metal, mistura que seria executada à perfeição pelo Machine Head na sua clássica estreia Burn My Eyes (1994), o Vio-lence segue mostrando como se faz em Let The World Burn. Apesar de curto, o CD entrega uma pedrada após a outra. “Flesh from Bone” abre o play com um ótimo cartão de visitas, enquanto “Screaming Always” mantém o pé no fundo, ainda que uma variação rítmica maior em relação à primeira faixa fosse bem-vinda. Isso ocorre em “Upon Their Cross”, onde a banda diminui o ritmo e capricha no peso, dando destaque para as guitarras de Demmel e Gustafson. Os fãs da escola thrash metal da Bay Area identificarão o DNA da região em “Gato Negro”. O encerramento com a música que batiza o EP deixa um gostinho de quero mais.

Com as atividades retomadas e um line-up matador, espera-se que o Vio-lence inicie uma fase de estabilidade nos próximos anos, com novos álbuns e shows por todo o mundo. Os fãs agradecem.

 


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