Segundo álbum do Dream Theater, Images and Words é também o maior clássico do prog metal. E essa percepção se dá não apenas pelo imenso impacto e profunda influência do disco, mas sobretudo por ser o trabalho que mostrou a banda norte-americana encontrando o seu som definitivo e moldando, de forma perene, o gênero musical em que se tornou a maior referência.
Lançado em 7 de julho de 1992, Images and Words marca a estreia do vocalista James LaBrie substituindo Charlie Dominici. Completam a formação o guitarrista John Petrucci, o tecladista Kevin Moore, o baixista John Myung e o baterista Mike Portnoy. O tracklist, composto por oito músicas, é histórico: tem o maior hit do quinteto (a clássica “Pull Me Under”), uma balada que arranhou o mainstream (“Another Day”), aulas práticas de como fazer prog metal (“Take the Time”, “Under a Glass Moon” e “Learning to Live”), sensibilidade à flor da pele (na linda “Surrounded”), a beleza cristalina de “Wait For Sleep” (cuja frase de teclado sempre me lembrou o clássico tema do filme O Exorcista, de Mike Oldfield) e a música com a qual a banda escreveu pela primeira vez o seu nome na mente dos fãs (a fenomenal “Metropolis – Part I: The Miracle and the Sleeper”). A produção, assinada por David Prater (Firehouse, Texas Hippie Coalition, Night Ranger), entrega uma sonoridade espessa, com timbres pesados em todos os instrumentos, notadamente a bateria de Portnoy, que soa extremamente grave.
O disco foi o primeiro de um contrato de sete álbuns com a Atco Records, gravadora que faz parte do grupo Warner. A ideia da banda era lançar um álbum duplo, porém os executivos rejeitaram a iniciativa. A monumental “A Change of Seasons”, por exemplo, que seria lançada como EP apenas em 1995, surgiu durante as sessões de Images and Words, mostrando o quanto a banda estava inspirada na época.
O principal ponto em relação ao Dream Theater é que a banda, formada por músicas excepcionais, soube aplicar a técnica descomunal de seus integrantes na construção de uma sonoridade que em Images and Words soa complexa e ao mesmo tempo acessível. As partes instrumentais são de cair o queixo mas não causam rejeição, muito pelo contrário: elas provocam admiração. A banda une momentos intrincados com outros onde a melodia toma o protagonismo, e essa decisão não apenas deixa o som mais amigável para um público mais amplo como dá para a obra do Dream Theater uma vida mais longeva e um alcance que vai muito além do que apenas os conservatórios de música. O maior exemplo dessa união está justamente em “Metropolis – Part I”, canção que exemplifica a proposta musical do Dream Theater e se transformou em referência não somente para a banda – que batizou um de seus melhores álbuns como Metropolis Pt. 2: Scenes From a Memory (1999) - como também para o próprio metal progressivo.
Images and Words é um álbum histórico por tudo que representa e, sobretudo, pelas canções que apresenta. Em 2013, o disco recebeu o prêmio March Metal Madness, eleito pelos leitores do Loudwire como o melhor álbum de metal de todos os tempos. O Prog Report colocou o álbum no primeiro lugar de sua lista de 50 melhores discos de rock progressivo lançados entre 1990 e 2015. E a Rolling Stone o inclui na posição 97 de sua lista 100 Greatest Metal Albums of All Time, publicada em 2017. Mas, acima de tudo, Images and Words está nos corações e mentes de quem ouviu suas faixas e ficou embasbaco com o que encontrou. Muitos o consideram o melhor álbum do Dream Theater – eu prefiro Scenes From a Memory – e uma legião tem o disco como integrante cativo de suas listas pessoais de melhores de todos os tempos.
É impossível ignorar a força das palavras e das imagens, e quando elas se unem de forma tão perfeita como aqui, o impacto é eterno.
Equilíbrio perfeito entre a auto indulgência de um Astonishing e a verve metálica de um train of though -esse, meu favorito - revelando o álbum mais forte da discografia dos meninos.
ResponderExcluir