Review: Blondshell – Blondshell (2023)


O Blondshell é a persona artística da norte-americana Sabrina Teitelbaum, e seu álbum de estreia é uma das belas surpresas de 2023. O temos aqui é rock alternativo em sua melhor forma com vocais marcantes, melodias cativantes e influências que vão de PJ Harvey a Hole, passando por Cranberries, Pixies e até mesmo Nirvana. As canções são diretas e variam entre três e quatro minutos, e o álbum em si tem pouco mais de 32 minutos.

Quem sente saudades de Dolores O’Riordan irá adorar músicas como a ótima “Salad”, onde Sabrina canta de forma intensa sobre uma base pesada construída com guitarra, baixo, bateria e intervenções de teclado. “Veronica Mars”, que abre o disco, é um lamento e um grito de vingança contra um homem que maltratou uma amiga próxima. “Olympus” é sutil, com uma beleza calmante e uma letra que mostra o quanto a paixão intensa não é muito diferente de um vício. Já “Sober Together” vai direto ao ponto e trata do problema com drogas e em como a ajuda mútua pode tirar alguém do fundo do poço.

Há um tempero gótico que embala todas as canções, ainda que ele permaneça tênue a maior parte do tempo. E isso se traduz, muitas vezes, na forma de belas joias pop como “Sepsis” e “Joiner”, ambas com melodias leves e ensolaradas, notadamente a última. “Tarmac” varia entre luzes e sombras, com explosões sonoras marcantes. E “Dangerous” encerra o álbum com Sabrina aceitando as suas falhas e admitindo como elas ainda conduzem seus dias, em uma autoaceitação que pode ser o primeiro passo para uma futura evolução e cura.

Uma bela estreia de uma artista um tanto tardia, que do alto de seus 25 anos entregou um álbum que trata sobre temas universais e que são comuns a todas as gerações.


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