Review: Miss Grit – Follow the Cyborg (2023)


Com influência de nomes como Björk, Grimes e St. Vincent, Miss Grit estreou em 2019 com o EP Talk Talk e chega agora ao seu primeiro álbum. De origem coreana, Margareth Sohn, a nome real da cantora, cresceu em Nova York e vive em Los Angeles. Sua música une batidas eletrônicas a guitarras pontuais, tudo embalado por letras introspectivas e emocionais.

Essa é a abordagem de Follow the Cyborg. Com dez músicas e pouco mais de 35 minutos, o álbum equilibre momentos experimentais com canções mais acessíveis, alcançando um resultado excelente. A voz é o destaque, com o belo timbre de Grit construindo as melodias e entregando interpretações impecáveis. Isso fica claro já na primeira canção, a grandiosa “Perfect Blue”, e se mantém na hipnótica “Your Eyes Are Mine”. A excelente música que batiza o álbum une beats a um vocal etéreo, uma das características mais sólidas de Miss Grit, e evolui para linhas indiscutivelmente radiofônicas.

Influências do rock, mais especificamente do pós-punk e das aventuras de nomes como o New Order pelo gênero, são percebidas facilmente em “Nothing Wrong”, enquanto “Like You”, uma das melhores do álbum, tem o baixo como um dos protagonistas.

No geral, Follow the Grind é um álbum muito bom, e que é amparado pela união da voz sensacional de Miss Grit e canções que sabem explorar a melhor qualidade da artista, que é justamente o seu vocal repleto de sentimento e sempre extremamente afinado. As letras exploram suas próprias experiências de vida e falam de temas como identidade, amor, perda e ansiedade, construindo um painel autobiográfico que conquista o ouvinte. O encerramento, com a belíssima “Syncing”, é a catarse de um trabalho que tem a emoção como principal fio condutor.

Uma grande estreia e um dos discos mais bonitos de 2023.

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