Laura Branigan, uma das maiores vozes da década de 1980


Não lembro exatamente quando ouvi “Self Control” pela primeira vez, mas sei que foi na minha adolescência. Ou seja, em meados dos anos 1980, e certamente em uma estação de rádio, que era como conhecíamos novos artistas naquela época. Hoje, sei que a música tem o mesmo título do terceiro álbum da cantora norte-americana Laura Branigan, que chegou às lojas em abril de 1984. É uma das músicas da minha vida, e escrevo isso porque finalmente consegui ter esse material em mídia física.

Infelizmente, não estou me referindo ao álbum de 1984, mas sim à coletânea The Very Best of Laura Branigan, lançada em novembro de 1992. Encontrei o CD jogado entre um monte de outros itens, dos mais variados artistas e gêneros musicais, em um dos sebos que frequento aqui em Florianópolis. Tirando a sujeira, que foi devidamente limpa quanto o trouxe para casa, o item está perfeito, e trata-se de uma edição francesa lançada naquele mesmo ano na Europa. No fim das contas, é até melhor que seja assim, afinal o título compila músicas de diversos álbuns de Laura, proporcionando um retrato mais completo de sua carreira.

Branigan, que nasceu em Nova York, fazia um pop energético e moldado para as rádios dos anos 1980, e que sempre trouxe elementos de rock em sua mistura. O riff de “Self Control” comprova isso. A música foi o seu maior sucesso, ao lado da também super conhecida “Gloria”, presente em seu disco de estreia, que chegou às lojas em 1982. Vocal potente, voz agradável, refrãos fortes, tudo embalado por uma sonoridade cativante e que, ainda que possa ser considerada datada por alguns, aos meus ouvidos – e aos de muitos, tenho certeza – soa ainda melhor com o tempo.

A discografia de Laura Branigan possui apenas sete discos, gravados entre 1982 e 1993. Outras seis compilações foram lançadas ao longo dos anos, saciando o apetite dos fãs. Seu nome entrou para a história da música com as duas canções citadas, “Gloria” e “Self Control”, que foram enormes hits na primeira metade da década de 1980 e tornaram Laura Branigan conhecida em todo o mundo. O sucesso a levou para as telas do cinema e da TV, com participações em diversos filmes e séries, causando um recolhimento de sua carreira musical, que entrou em hiato durante a maior parte dos anos 1990. No entanto, quando retornava para a música, faleceu subitamente em 26 de agosto de 2004, vítima de um aneurisma cerebral.


The Very Best of Laura Branigan
traz dezesseis faixas vindas de seus seis primeiros álbuns – Branigan (1982), Branigan 2 (1983), Self Control (1984), Hold Me (1985), Touch (1987) e Laura Branigan (1990). Essa compilação foi lançada apenas no mercado europeu em novembro de 1992, enquanto mercado norte-americano ganharia uma retrospectiva de sua carreira apenas três anos depois, com The Best of Branigan (1995). O tracklist varia entre canções mais agitadas e diversas baladas, incluindo “How Am I Supposed To Live Without You”, composta por Michael Bolton. Em diversos momentos não é difícil perceber a presença sutil de elementos de AOR, e isso se deve muito mais às tendências do período do que a algo feito de forma consciente. Além de “Self Control” (que também aparece em uma versão remixada) e “Gloria”, merecem destaque músicas excelentes como “The Lucky One”, “Spanish Eddie”, “Shattered Glass”, “Moonlight on Water” e “Solitaire”, outro de seus grandes hits.

Quase vinte anos após a partida de Laura Branigan, estou aqui emocionado ouvindo suas canções e escrevendo sobre essa sensação. Esse é o poder da música. E ele é incrível.

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