O Brasil é continental e possui aficionados por rock em todas as suas regiões. Veja esse exemplo: eu, aqui no sul do país, estou ouvindo o álbum de estreia do Godhound, quarteto natural de Mossoró, no Rio Grande do Norte. A distância geográfica é eliminada por um rock super pesado e que aproxima apreciadores do estilo tão distantes entre si.
Refueled é o primeiro disco do grupo formado por Kael Freire (vocal e baixo), Victor Freire (guitarra e vocal), Vitor Assmann (guitarra) e Lazaro Fabricio (bateria). O álbum apresenta oito faixas e traz a participação de Jimmy London, do Matanza, em “Deathmask Trucker”. A linda arte da capa foi criada por Wildner Lima e a produção ficou a cargo de Kael e Victor. A sonoridade é um stoner com letras em inglês, calcado em bons riffs e vocais bem agressivos, algo na linha entre o Orange Goblin, o High on Fire e o Red Fang.
O peso do material é acentuado pela produção, que a princípio soa meio abafada, mas na verdade prioriza e intensifica os tons mais graves dos instrumentos, o que faz com que o som seja denso e espesso, como convém ao estilo. O trabalho de composição é muito bem feito e mostra uma maturidade surpreendente para um primeiro álbum, pois as composições têm tudo no lugar certo e não soam imaturas como se poderia esperar do primeiro trabalho de uma banda. A participação de Jimmy London pouco agrega ao material, e, pelos contatos do agora apresentador do Multishow, deve ser muito mais produtiva para promover a banda, já que não fez nenhuma diferença artística.
Destaques para a cadenciada “Gravestone”, a influência de Motörhead em “Dieser Burner”, o belo riff de “Warriors”, a energética “Open Letter” e o encerramento com a paulada “Takeover”, que traz bonitas harmonias de guitarra.
O álbum foi lançado de forma independente em CD digipack, com encarte de doze páginas com todas as letras.
Uma bela estreia de uma banda que demonstra potencial para entregar álbuns ainda melhores nos próximos anos.
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