As biografias definitivas do Black Sabbath


O canadense Martin Popoff é um dos mais respeitados e produtivos escribas especializados em heavy metal, com uma lista de livros a respeito de grandes nomes da música que impressiona. São tantos títulos escritos por Popoff que é até difícil definir com precisão o número exato de obras que ele já publicou, mas, muito além da quantidade, o que conta é que o conhecimento aplicado por Martin em sua produção bibliográfica faz com que valha a pena mergulhar na leitura de seus textos.

Entre todo esse universo, uma das melhores obras disponíveis é a dobradinha dedicada ao Black Sabbath: Sabotage – Black Sabbath nos Anos 70 e Born Again – Black Sabbath nos Anos 80 & 90. Publicados originalmente em 2018, ambos os livros ganharam edições brasileiras pela editora Estética Torta, e são, sem exagero, as biografias definitivas dos pais do heavy metal.

É preciso dizer que as edições nacionais possuem um acabamento gráfico muito superior, em todos os sentidos, às originais gringas. Pra começo de conversa, ambas são em capa dura e trazem pinturas trilaterais (na cor preta em Sabotage e azul em Born Again), e estão disponíveis também na versão brochura padrão. Mas o grande ponto são as capas exclusivas criadas para as edições da Estética Torta. Belíssimas, são assinadas por Alcides Burn, artista da editora e que vem desenvolvendo um trabalho também na concepção de capas de discos. No total, temos mais de 800 páginas que passam a limpo a carreira da banda mais importante e influente da história da música pesada, em uma dupla de livros fundamentais e que são uma enorme fonte de pesquisa.

A forma como os livros são organizados, com cada capítulo cobrindo cada um dos vinte álbuns que o Black Sabbath lançou até o final da década de 1990 – começando na estreia e indo até Reunion (1998) -, reforça a abordagem enciclopédica empregada por Martin Popoff. São muitas informações que vão além do que se encontra na maioria dos livros sobre a banda, e isso vem acompanhado da opinião pessoal de Popoff sobre cada um dos álbuns, com análises das canções e bastidores das gravações. É um mergulho profundo na história, nas curiosidades e nos segredos do Black Sabbath, e que ajuda a clarear como um bando de garotos ingleses nascidos em Birmingham mudou a história da música. Principalmente Born Again lança luz sobre períodos pouco falados e documentados da carreira do Black Sabbath, notadamente a fase pós 1983, em que a banda entrou em uma fase conturbada com a passagem de inúmeros músicos e a chegada do subestimado vocalista Tony Martin.

Ambos os livros contam com galerias de fotos em papel couchê, mas o que mais chama a atenção é a diagramação, com um trabalho excelente e que coloca os títulos em um nível superior. Dizem que os detalhes fazem a diferença, e aqui eles realmente fazem, como as guardas das capas com as capas dos álbuns lançados durante os períodos cobertos por cada um dos livros e aberturas de capítulos com imagens das artes dos álbuns em tamanho grande. Além disso, a tradução é excelente – de Marcelo Hauck no primeiro livro e de Fernando Scoczynski Filho no segundo -, fatores que, somados ao exemplar trabalho editorial, colocam as duas obras entre os melhores livros publicados pela Estética Torta desde sempre.

Se você é fã do Black Sabbath e quer saber toda a história do banda, esses dois livros de Martin Popoff são, sem dúvida, a biografia definitiva sobre o grupo, e trazem uma enormidade de informações acompanhadas de uma excelência gráfica e editorial que merece todos os elogios.

Compre ambos pelos links abaixo:

Comentários

  1. O livro BLACK SABBATH - A HISTÓRIA COMPLETA, do mesmo MARTIN POPOFF, é a junção destes dois livros, por favor?

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    1. Cara, não tenho os dois livros resenhados, mas, a julgar pelo conteúdo citado, a probabilidade de que BLACK SABBATH - A BIOGRAFIA, também conhecido como BLACK SABBATH - DESTRUIÇÃO DESENCADEADA, seja de fato a junção destes dois livros é grande. Aliás, esta biografia de MARTIN POPOFF é excelente e, pelo menos para mim, o cara tratou a tenebrosa fase TONY MARTIN na banda, que a mídia tupiniquim parece adorar, como ela deve ser tratada, ou seja, a chutes e pontapés.

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    2. TRVEzão na área. A fase Martin gerou álbuns incríveis, embora distintos da fase clássica. Aliás, o Sabbath são várias bandas. Usar a mesma régua é que não convém.

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    3. Pois é, se o Headless Cross e o Tyr fossem lançados na era Dio todo mundo estaria elevando os dois a categoria de clássicos, não a toa foram os últimos grandes discos da banda.

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