Review: Rush – Fly by Night (1975)


Segundo álbum do Rush, Fly by Night foi lançado em 15 de fevereiro de 1975 pela Mercury Records. Foi o primeiro disco do trio a apresentar elementos do rock progressivo pelos quais a banda se tornou conhecida. O álbum marcou a estreia do baterista Neil Peart, que substituiu o baterista original John Rutsey no verão anterior, pouco antes da primeira turnê norte-americana da banda. Peart assumiu como principal letrista do Rush, e a abundância de temas fantásticos e filosóficos em suas composições contrastou muito com o hard rock mais simples do álbum de estreia do grupo.

John Rutsey adoeceu após complicações com diabetes e teve que ficar de fora dos shows, enquanto o grupo continuava com um substituto temporário chamado Jerry Fielding. Rutsey chegou a retornar para a banda por um breve período, antes de Alex Lifeson e Geddy Lee decidirem que era melhor ele sair devido à dificuldade em administrar sua saúde durante a turnê e às diferenças musicais.

O Rush testou então cinco bateristas, o quarto dos quais foi Neil Peart, de uma banda local chamada J.R. Flood. Os três tocaram juntos "Anthem", música então inédita composta enquanto Rutsey ainda estava na banda, e que seria incluída em Fly by Night. Lifeson e Lee ficaram tão impressionados com Peart que cancelaram o teste do quinto candidato para a vaga. Neil Peart entrou para o Rush oficialmente no dia 29 de julho de 1974, aniversário de 21 anos de Lee, duas semanas antes da primeira turnê pelos Estados Unidos, com o grupo abrindo para Uriah Heep e Manfred Mann.

Fly by Night foi gravado em dezembro de 1974 e mixado em janeiro de 1975 no Toronto Sound Studios, pela banda e pelo produtor Terry Brown. Foi o primeiro álbum do Rush coproduzido por Brown, que manteria esse papel até Signals (1982). Lifeson ficou satisfeito com as músicas e sentiu que era um segundo começo para o grupo. Lee relembrou a dificuldade que a gravadora teve em entender as novas composições, principalmente "By-Tor and the Snow Dog", já que eles queriam um material no estilo da estreia.

A ideia do Rush é que que cada faixa de Fly by Night mostrasse um lado diferente de sua musicalidade, o que resultou em um disco de estilos variados. Como Peart era um ávido leitor ele se tornou o principal letrista, o que convinha a Lifeson e Lee, que preferiam focar na parte musical. 

A chegada de Neil Peart foi a centelha que conduziu o Rush para a grandeza. Isso fica claro na enorme mudança e evolução de Fly by Night em relação ao álbum de estreia, em um processo que seguiria com uma velocidade atordoante nos trabalhos seguintes. Com faixas que se tornaram clássicas como “Anthem”, “Beneath, Between and Behind”, “Fly by Night”, “Rivendell” e as épicas “By-Tor and the Snow Dog” e “In the End”, o disco redefiniu o status do Rush e foi o primeiro passo de uma formação que faria história.

Geddy Lee, Alex Lifeson e Neil Pearl nasceram para tocar juntos. E Fly by Night foi o voo inicial de uma banda que levou sua música à estratosfera, onde poucos – ou ninguém – haviam estado antes.


Comentários

  1. É difícil definir uma banda que se mantenha na estrada por tanto tempo, com tanto sucesso e com seus membros praticamente inalterados... Concordo contigo, nasceram para tocarem juntos.

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