Lançado em 10 de fevereiro de 1978 e amplamente considerado como um dos maiores álbuns de estreia da história do rock, o primeiro disco do Van Halen foi um grande sucesso comercial, alcançando a posição 19 na Billboard 200 e vendendo mais de 10 milhões de cópias nos Estados Unidos. O álbum traz algumas das canções mais conhecidas da banda como "Runnin' with the Devil", "Ain't Talkin' 'Bout Love" e a versão para o clássico do The Kinks, "You Really Got Me". E, é claro, a instrumental "Eruption", considerado como um dos maiores solos de guitarra de todos os tempos e que ajudou a popularizar o tapping característico de Eddie Van Halen, onde o guitarrista tocava as notas no braço da instrumento usando as duas mãos.
O Van Halen começou a gravar demos em 1976. No entanto, uma fita de três faixas financiada por Gene Simmons, vocalista e baixista do Kiss, não atraiu interesse das gravadoras. A banda então focou nos shows e chamou a atenção de Mo Ostin e Ted Templeman, da Warner, que ficaram impressionados e ofereçam um contrato com a gravadora.
A gravação do álbum de estreia, tendo Ted Templeman como produtor, teve início em 29 de agosto de 1977. O disco foi gravado com a banda tocando ao vivo no estúdio, mas "Runnin' with the Devil", "Jamie's Cryin'", "Feel Your Love Tonight" e "Ice Cream Man" trazem overdubs de guitarra, além de "Ain't Talkin' 'Bout Love", em que Eddie inseriu uma cítara elétrica sobre a gravação original. A sessão terminou em 4 de outubro com a gravação de "Little Dreamer" e "Eruption" (intitulada simplesmente "Guitar Solo" nos documentos de estúdio).
As fotos da capa foram tiradas no Whiskey a Go Go, famoso clube de Los Angeles onde o Van Halen se apresentava frequentemente. A guitarra retratada na capa é a Frankenstrat exclusiva de Eddie Van Halen ainda na cor branca, antes de ele adicionar a tinta vermelha que a tornaria icônica, e trata-se de uma Stratocaster altamente customizada pelo próprio guitarrista, construída com peças de reposição.
O disco alcançou a marca de 500 mil cópias vendidas nos Estados Unidos pouco mais de três meses após o lançamento, em 24 de maio de 1978, e superou 1 milhão de cópias em 10 de outubro daquele ano, exatos oito meses depois de chegar às lojas.
O fato é que o mundo não havia ouvido nada parecido com o primeiro álbum do Van Halen. E, convenhamos, passados quase cinquenta anos, ainda não escutou nada semelhante. As onze faixas, nove delas compostas pela banda – as exceções são os covers de “You Really Got Me” do Kinks e “Ice Cream Man”, do bluesman John Brim -, formam um tracklist extremamente coeso, que tem espaço tanto para clássicos instantâneos como a dobradinha "Runnin' with the Devil" e "Ain't Talkin' 'Bout Love" quanto para canções menos faladas mas igualmente excelentes, como “I’m the One”, “Jamie’s Cryin’”, “Atomic Punk” e “Little Dreamer”.
Alguns álbuns mudam a história de rock. E, sejamos realistas, alcançar essa façanha é para poucos. O disco de estreia do Van Halen é um desses álbuns que mudaram totalmente o jogo, unindo a energia do punk com a técnica do então nascente heavy metal, tudo com o toque único de um instrumentista sem igual, o genial Edward Van Halen, e seus parceiros ideais - o irmão Alex na bateria, o baixo seguro de Michael Anthony e os vocais e a performance de palco marcante de David Lee Roth. Essa mistura influenciou tudo que veio depois, notadamente o metal produzido a partir da década de 1980.
O rock seria outro sem o Van Halen, e foi aqui que tudo mudou.
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