Lucky Luke é um personagem tão clássico quanto Tex quando falamos das histórias em quadrinhos de faroeste. Criado em 1946 pelo quadrinista belga Morris, veio ao mundo dois anos antes do caubói da Bonelli. Mas, ao contrário de Tex, que é muito popular no Brasil, Lucky nunca se transformou em um fenômeno por aqui.
Podemos elaborar teorias para tentar entender os motivos disso, mas me parece mais produtivo ler as HQs do personagem publicadas em nosso país.
Nesse sentido, O Homem que Matou Lucky Luke é uma boa porta de entrada para o personagem. Publicada na França durante os festejos pelo setenta anos do personagem, em 2016, a HQ foi premiada no respeitado festival de Angoulême e saiu aqui pela editora Trem Fantasma.
O que temos é uma interpretação mais atual de Lucky Luke feita pelo francês Matthieu Bonhomme, em uma história que elimina o lado caricato do personagem e aposta em uma abordagem mais densa e tensa, em que Luke se vê no centro de uma trama repleta de mistério. O roteiro é bem escrito, mas o maior destaque vai para a arte e a colorização de Bonhomme, ainda mais valorizadas pelo formato gigante da HQ (gigantescos 33x24 centímetros).
Uma história curta e dinâmica, que atualiza um dos mais icônicos caubóis dos quadrinhos e o apresenta para novos leitores, ao mesmo tempo em que mantém doses sutis de bom humor, característica essencial do personagem.
A edição da Trem Fantasma vem em capa dura, 72 páginas e papel couchê, e teve tradução de Simone Carvalho. Além disso, traz textos que contextualizam a criação de Morris e estudos de arte de Bonhomme.
Se você é fã de histórias de faroeste em quadrinhos, está aqui mais um pard para a sua gangue.
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