Quadrinhos: Pocahontas, de Patrick Patrick Prugne (2024, Taverna do Rei)


A figura de Pocahontas é conhecida do público por duas fontes principais: a animação da Disney e os relatos do explorador inglês John Smith. Porém, ambos contam uma história bastante diferente sobre o que realmente aconteceu com a lendária nativa norte-americana.


A bela indígena era filha do chefe de uma grande tribo localizada onde hoje está o estado da Virgínia, e nasceu no final do século XVI. Esse é o ponto de partida da HQ escrita e ilustrada por Patrick Prugne, que se propõe a contar uma história o mais próxima possível da realidade.

Na época, os Estados Unidos viviam um período de exploração por vários países europeus, e a história de Pocahontas se relaciona com a chegada dos ingleses na América. O grupo de exploradores desembarca no território Powhatan, e a relação com os nativos não foi das mais amigáveis inicialmente. Pocahontas, tratada como princesa por seus pares, teve papel central na construção de um relacionamento mais amistoso com os estrangeiros, e isso a levou a se aproximar da então nascente colônia de Jamestown.


O roteiro é muito bem escrito por Prugne, evidenciando uma profunda pesquisa histórica, enquanto a arte, totalmente pintada, enche os olhos. A edição publicada pela editora Taverna do Rei, em formado 26x17 cm e capa dura, valoriza ainda mais o trabalho artístico.


Como a maioria dos casos envolvendo exploradores e nativos, Pocahontas não teve um destino feliz. A HQ não esconde isso e mostra, tanto na trama quanto em um bem-vindo texto complementar, como foi a vida da indígena após o contato com os ingleses.

Uma história com contornos trágicos e que é muito diferente daquela que é contada pela cultura pop.

Em todos os sentidos, uma leitura ótima e altamente recomendada.

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