Quadrinhos: Reino do Amanhã (DC Pocket), de Mark Waid e Alex Ross (2024, Panini)


Convenhamos que a discussão sobre a publicação de Reino do Amanhã no formato DC Pocket parte do ponto errado. Acima de qualquer coisa, é um acerto da Panini colocar no mercado uma edição mais econômica de um dos maiores clássicos da DC. É bom lembrar que a única versão disponível no mercado brasileiro antes da chegada desse "formatinho" era a Absoluta, e com o valor proibitivo de R$ 400, quase dez vezes maior do que o valor do DC Pocket.


Vamos aos pontos fortes. O principal é ter disponível em bancas e livrarias, por um preço acessível, uma história clássica que sobreviveu ao teste do tempo e que, além de ainda soar atual, retornou à ordem do dia por ser uma das inspirações do novo universo cinematográfico da DC. A edição é leve, prática e acessível, tem formato semelhante a um mangá e sua impressão, totalmente colorida, foi feita em papel semelhante aos quadrinhos japoneses publicados pela Panini. A arte não foi comprometida, mas, evidentemente, trata-se de um papel fosco e sem o brilho do couchê presente nas versões anteriores, o que pode desagradar alguns leitores.

Agora, os pontos não tão positivos. Não há problema na fonte padrão dos balões, que está em um bom tamanho, mas as fontes utilizadas nas narrações e nas falas de personagens como o Espectro dificultam a leitura, não por serem menores, mas pela estrutura e forma das letras, que são mais finas. Há também, durante toda a a HQ, a presença de textos muito próximos à dobra central das páginas, o que torna a leitura difícil em certos momentos. Isso ocorre também na edição padrão de Reino do Amanhã, mas no formato menor acaba se tornando um problema. E, por último, a capa poderia ser muito mais bonita e bem trabalhada.

Fazia anos que não relia a história e gostei muito da edição. Pretendo fazer a coleção DC Pocket mesmo tendo este e o próximo título já anunciado, Watchmen.

É bom demais ter uma história tão importante e emblemática como Reino do Amanhã publicada em um formato econômico e acessível. Nem todos gostam, ou podem, comprar omnibus e edições definitivas, mas todos devem poder ter acesso aos títulos que desejam ler.

Que venham muitas e muitas HQs seguindo essa iniciativa.

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