Review: Bad Company – Straight Shooter (1975)


Segundo álbum do Bad Company, Straight Shooter divide com o debut o título de melhor trabalho do grupo, ainda que não seja tão celebrado como a estreia do quarteto. Gravado em setembro de 1974 no Gloucestershire Castle, na Inglaterra, e lançado no final de março de 1975, o álbum está amparado em duas excepcionais composições, as clássicas “Feel Like Makin' Love” e “Shooting Star”.

A primeira é uma belíssima balada, precursora da união entre momentos mais calmos e explosões sonoras que marcariam as power baladas anos mais tarde, e traz inspiradíssimas linhas vocais de Paul Rodgers. Primeiro single do disco, alcançou a décima posição nos charts e tornou-se, com o passar dos anos, uma das faixas mais conhecidas da banda e uma das preferidas das rádios dedicadas ao classic rock.

Já “Shooting Star” conta a história de uma estrela do rock que ganha o mundo, mas acaba morrendo precocemente. Segundo declarações do guitarrista Mick Ralphs e do baterista Simon Kirke, a letra foi inspirada nas vidas de Jimi Hendrix e Jim Morrison. “Shooting Star” é uma narrativa cadenciada, uma história contada passo a passo por Paul Rodgers. O arranjo, onde o destaque vai para o violão magistral de Ralphs e para uma das maiores performances vocais da carreira de Rodgers, é primoroso e quase um passo a passo de como compor um clássico do rock.

Mas Straight Shooter tem mais seis faixas além dessas duas. O disco abre com “Good Lovin' Gone Bad”, um hardão na linha de “Can't Get Enough”, do disco anterior, e que também saiu como single, alcançando a posição de número trinta. Já “Weep No More” segue por outro caminho, unindo um arranjo de cordas a uma levada blues funk contagiante. “Deal With the Preacher” e “Wild Fire Woman” exploram o lado hard rock da banda, sendo que a segunda é um grande exemplo do alcance e da técnica vocal de Paul Rodgers. O disco fecha com a balada “Anna” e com o boogie soul de “Call On Me”.

Straight Shooter é um trabalho que mostra todo o talento de Paul Rodgers, Mick Ralphs, Boz Burrell e Simon Kirke, uma das formações mais incríveis que o rock já ouviu e que merece muito mais reconhecimento. Lançado pela Swang Song, o selo do Led Zeppelin, o álbum vendeu mais de três milhões de cópias apenas nos Estados Unidos e, ainda que tenha sido lançado em vinil no Brasil em 1975, permanecia inédito em CD por aqui até a edição recém disponibilizada pela Wikimetal no já conhecido padrão da gravadora, em um caprichado slipcase. O encarte é bem simples e não traz as letras.

Se você á fã do Bad Company, conhece o poder deste disco. Se não conhece o quarteto, está aqui uma chance de se encantar com uma das melhores e mais subestimadas bandas da história do rock.

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