Review: Motörhead – Hammered (2002)


Lançado em abril de 2002, Hammered é o décimo sexto álbum do Motörhead. O disco tinha sido lançado no Brasil na época pela Sum Records, e desde então estava inacessível. A nova versão disponibilizada pela Wikimetal vem em digipack e inclui um encarte de oito páginas com todas as letras.

Hammered foi influenciado pelos ataques às Torres Gêmeas ocorridos em 11 de setembro de 2001. Algumas letras abordam o tema e o disco possui uma temática lírica mais sombria. Musicalmente, no entanto, surpreende já na faixa de abertura, “Walk a Crooked Mile”, que não apenas traz doses generosas de melodia como também um refrão onde Lemmy trabalha com harmonias vocais, recurso raramente utilizado pelo trio. As demais faixas seguem nessa mesma linha, com uma abordagem mais acessível e rock and roll, sem a pegada mais agressiva e com influência do punk dos trabalhos clássicos da banda.

“Down the Line” está entre os destaques e vai direto ao ponto, com riffs fortes e um belo solo de Phil Campbell. “Brave New World” traz o DNA do trio, com Mickey Dee sendo o destaque na bateria. O groove pesado de “Voices From the War” cativa sem esforço, enquanto “Mine All Mine” é um single bruto com refrão pegajoso e participação especial de Dizzy Reed, pianista do Guns N’ Roses. “No Remorse” é a mais pesado do disco, com o vocal de Lemmy beirando o gutural. O disco se encerra com a paulada rápida “Red Raw” e com “Serial Killer”, em que Lemmy declama a letra e conta com a participação inusitada de Triple H, astro do wrestling.

Hammered é um disco curioso, que mesmo não estando entre os melhores álbuns do Motörhead, possui diversas qualidades, a maior delas sendo a dose enorme de acessibilidade. Este ponto, na verdade, é motivo de discussão entre os fãs do trio, com uma parcela dos devotos de Lemmy e companhia não apreciando tanto assim o álbum justamente por isso.

Vale a pena ouvir e chegar à sua própria conclusão.


Comentários