Pular para o conteúdo principal

Max Cavalera e o poder transformador do metal: uma reflexão sobre música, superação e identidade


Durante entrevista ao canal Prescription Punk Rock, Max Cavalera — ícone do metal brasileiro e mundial — compartilhou sua visão sobre o impacto positivo da música pesada na vida das pessoas. Para o ex-Sepultura e atual líder de projetos como Soulfly, Cavalera Conspiracy e Go Ahead and Die, o metal é mais do que um estilo musical: é uma ferramenta de transformação pessoal e social.

Segundo Max, o heavy metal pode salvar vidas, especialmente entre jovens que se sentem deslocados ou incompreendidos. “Quando você está lidando com solidão, rejeição, ansiedade ou confusão, o metal aparece como uma forma de pertencimento. Foi assim comigo, e vejo isso com muitos fãs até hoje”, declarou. A fala não é apenas uma lembrança de sua juventude conturbada, mas um testemunho direto do poder que a música tem de canalizar sentimentos intensos em algo construtivo.

Essa perspectiva ressoa com a trajetória de Max, que desde os tempos de Chaos A.D. (1993) e Roots (1996) já explorava temáticas sociais e espirituais em sua obra. Mais recentemente, o Soulfly vêm se aprofundando ainda mais nesse aspecto, com letras que tratam de identidade, fé e resistência — temas que dialogam diretamente com realidades marcadas por conflitos internos e externos.

A fala de Max se conecta a uma tendência observada nas novas gerações do metal: a valorização da saúde mental e da introspecção como pilares criativos. Bandas contemporâneas como Gojira, Code Orange, Spiritbox e Sleep Token têm incorporado abertamente discursos sobre traumas, ansiedade e autoconhecimento em suas composições, demonstrando que o metal segue evoluindo — sem perder a intensidade, mas ganhando camadas mais humanas e profundas.

Em tempos em que a música é consumida com rapidez, falas como as de Max Cavalera lembram o público do valor atemporal do metal como linguagem de libertação. Mais do que barulho e atitude, ele é também uma ponte para compreender a si mesmo — e talvez, quem sabe, mudar o mundo um riff de cada vez.

 


Comentários