Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de dezembro, 2025

Sabbath Bloody Sabbath (1973): quando o Black Sabbath descobriu a sofisticação sem perder o peso

Sabbath Bloody Sabbath (1973) nasceu de um período de exaustão e bloqueio criativo que quase paralisou o Black Sabbath. Depois de anos mergulhado em um ciclo interminável de gravações e turnês, Tony Iommi se viu sem ideias, e o grupo, pela primeira vez, encarou a possibilidade real de não saber para onde ir. A saída foi abandonar a rotina desgastada e buscar inspiração em um novo ambiente: o castelo de Clearwell, na Inglaterra, cuja atmosfera úmida, silenciosa e carregada de histórias estranhas acabou desempenhando um papel fundamental na ressintonização da banda. Foi ali que o riff monumental da faixa-título surgiu, devolvendo a Iommi o impulso criativo que parecia perdido e abrindo caminho para um álbum que, mais do que marcar uma fase, redefiniu o potencial musical do Black Sabbath. O que torna Sabbath Bloody Sabbath tão especial é a maneira como o grupo expande sua estética sem abrir mão da ferocidade que o consagrou. É um disco pesado, mas essa definição isolada é insuficiente...

Fantasia sombria vs. aventura pulp: o duelo de identidades no encontro entre Dragonero e Zagor (2025, Mythos)

Dragonero & Zagor: Aventura em Darkwood é um daqueles encontros improváveis que, no papel, soam como fan service — e talvez até sejam —, mas que surpreendem pela energia, pelo cuidado visual e pelo respeito às tradições de dois universos muito distintos. Reunindo os Speciali Dragonero #2 e #8, a edição da Mythos entrega não apenas o primeiro choque entre os heróis, mas também um desdobramento posterior mais ousado, que amplia a escala e mistura fantasia sombria com aventura pulp. A primeira história, que dá título à edição brasileira , é a mais redonda. Publicada na Itália em 2015, segue o ritual clássico dos crossovers entre personagens de universos distintos: desentendimento inicial, choque de culturas e entendimento forçado pela presença de uma ameaça maior. Aqui, tudo flui com naturalidade. A ação tem ótimo ritmo, a arte trabalha muito bem a exuberância da floresta de Darkwood e a figura imponente de Dragonero, e o contraste entre os personagens funciona sem esforço. É ave...

Tex Gigante 4: entre a lei e o caos, o faroeste intenso de Chumbo Ardente (2025, Mythos Editora)

Chumbo Ardente é daqueles álbuns que lembram por que o Velho Oeste segue sendo um terreno fértil para histórias diretas, tensas e cheias de personalidade. Publicado originalmente em 1991 como o quarto Tex Gigante na Itália, o volume reúne Claudio Nizzi em um momento de absoluta confiança narrativa e Sergio Zaniboni assinando uma de suas melhores participações no universo de Tex. No Brasil, o álbum acabou de ganhar nova vida com a republicação da Mythos Editora em uma edição totalmente renovada, com 244 páginas impressas em papel offset , resgatando a experiência visual que esse formato sempre prometeu. A trama é clássica e eficiente: uma cidade dominada pelo poder local, um clima de medo que se espalha entre os moradores e a chegada dos quatro pards — Tex, Carson, Kit e Jack Tigre — para colocar as coisas nos eixos. Nizzi trabalha com todos os elementos tradicionais do personagem, mas faz isso com pulso firme. Nada aqui é inventivo demais, mas tudo é executado com precisão. Existe ...