Beatles: resenha de O Pequeno Livro dos Beatles!


Por Adriano Mello Costa

O francês Hervé Bourhis parece que gostou da brincadeira que fez em O Pequeno Livro do Rock, lançado aqui ano passado pela Editora Conrad. Depois do sucesso considerável da obra, resolveu estender esse projeto para a banda que provavelmente é a maior de todos os tempos. Os Beatles ganham uma edição dedicada somente para eles, em que o autor desfila seu bom humor em ordem cronológica desde os primórdios da formação do grupo até os dias mais recentes.


Ao pegar esse novo trabalho é justo imaginar qual seria a sua pretensa relevância, visto que ao que tudo indica todas as histórias sobre os quatro garotos de Liverpool já foram ditas e recontadas. No entanto, O Pequeno Livro dos Beatles (Editora Conrad, 168 páginas), não traz o tom da Antologia que a Cosac & Naif trouxe para cá ou da (excelente) obra escrita por Bob Spitz. É leve e descontraído, e traz nos seus quadros várias pequenas brincadeiras.

Os desenhos formam novamente um atrativo bem interessante, com caricaturas dos envolvidos e releituras de capas de discos, singles, cartazes de show e matérias de jornais. Para quem não conhece a fundo a história do Fab Four vai se deparar com várias curiosidades da carreira, e mesmo quem as conhece de cor vai acabar se interessando novamente. Hervé Bourhis também insere uma classificação para os álbuns e comenta sobre cada um deles ao seu estilo peculiar.


Ele também adiciona novas seções, como o “Se você gosta de Beatles, talvez goste de:”, onde indica outras bandas parecidas ou inspiradas, como também a irônica “Sou eu que acho ou parece mesmo?”, em que compara músicas do grupo com outras, como por exemplo, “Ticket to Ride” e “Girl Don’t Tell Me”, dos Beach Boys. Os comentários seguem espirituosos, como os que faz sobre o clássico Abbey Road de 1969 e as obras particulares de Ringo Starr e de Paul McCartney.

O Pequeno Livro dos Beatles não ostenta ser uma obra essencial, mas consegue divertir muito bem. A repetição da fórmula que Hervé Bourhis exerce, por mais marqueteira que seja, não se esgota, e é contada com bastante paixão e conhecimento. Tomara que ele não resolva estender isso eternamente e acabar se plagiando. No mais, é sacar da estante algum álbum como o magistral Revolver (1966) e relembrar canções que marcaram toda uma época.

Comentários

  1. Parece nem legal. Lembro que quando eu era moleque minha mãe me presenteou com uma HQ sobre os Beatles- só lembro que saiu pela Editora Sampa. E seguia a mesma estética(p&b, etc), terminando com a morte do John Lennon. Bem bacana, uma pena eu não ter mais essa revista.

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