Review: Crobot – Motherbrain (2019)


Fundada em 2011 na Pensilvânia, o Crobot é uma das bandas mais interessantes da atual cena pesada norte-americana. O quarteto já chamou a atenção com o seu disco de estreia, Legend of the Spaceborne Killer (2011), e seguiu atraindo os holofotes com Something Supernatural (2014) e Welcome to Fat City (2016). Após três anos de silêncio o grupo retorna com Motherbrain, que acaba de ser lançado no Brasil pela Hellion Records.

O som do Crobot pode ser definido como um hard pesadíssimo, com alguma influência de grunge aqui e ali, sempre adornado por uma aura de southern rock e por bases que não escondem o groove. Percebe-se ecos de nomes como Alice in Chains (ouça “Drown”) ao mesmo tempo em que a banda às vezes soa como uma espécie de Lynyrd Skynyrd super turbinado (“Burn” vai nessa linha). O destaque vai para a dupla formada pelo vocalista Brandon Yeagley (que também toca harmônica) e para o guitarrista Chris Bishop. Enquanto o primeiro possui um timbre que agrada sem esforço e entrega interpretações viscerais, o segundo vem com riffs muito bem feitos e que sustentam a densa parede sonora do grupo. Completam o time o baixista Eddie Collins e o baterista Dan Ryan.

As onze músicas de Motherbrain preservam uma das principais qualidades do Crobot, que é a capacidade de “viciar” o ouvinte com composições fortes e sempre cativantes, que equilibram como poucos uma dose enorme de peso com melodias e linhas vocais que facilitam a assimilação. Isso faz com que o disco desça como uma cerveja bem gelada, sem esforço. A produção, com timbres espessos, graves e gordurosos, é outro ponto que chama a atenção de maneira positiva. Entre as músicas destaque para “Burn”, “Drown”, “Low Life” e “Gasoline”.

Parabéns pela Hellion por lançar a banda aqui no Brasil – este é o primeiro disco dos caras a ganhar edição nacional -, equilibrando o seu catálogo com nomes clássicos mas sem perder o foco em artistas que estão levando o legado do hard e do metal em frente.

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