Nota:
9
Após
cinco anos de silêncio, o Orange Goblin está de volta. A parada fez
bem ao quarteto. O intervalo entre Healing Through Fire (2007)
e A Eulogy for the Damned rejuvenesceu o som da banda,
característica essa que faz do novo álbum um dos melhores da
carreira do grupo.
Um
dos maiores ícones do stoner, o Orange Goblin afasta-se do gênero
em seu novo trabalho. O que temos aqui é um disco de heavy metal,
rock pesado ou, simplificando, pauleira mesmo, simples e eficiente. O
distanciamento do stoner se dá através de uma presença bem menor
de elementos doom e psicodélicos, substituídos por características
mais “metálicas” que tornaram o som mais conciso, direto e
eficiente.
As
influências principais continuam, com a banda não negando, em
nenhum momento, o débito que tem com gigantes como Black Sabbath e
Motörhead. Riffs pesados e gooves gordurentos permeiam todo o disco,
com os caras dando um passo além de tudo o que já produziram antes.
Merece
atenção especial o excelente trabalho do baixista Martyn Millard,
com linhas criativas e sempre dobrando a guitarra de Joe Hoari, o que
torna o som ainda mais pesado. Millard é a âncora da banda, uma
espécie de Steve Harris montado em uma Harley Davidson e vestido de
couro da cabeça às pés, em quem a música do Orange Goblin se
sustenta.
O
play está repleto de ótimas composições. O primeiro single, “Red
Tide Rising”, é uma delas, despejando riffs e agressividade sem o
menor traço de refinamento. “Acid Trial”, “The Fog”, a
monolítica “Death of Aquarius” e “Bishop's Wolf” mostram a
categoria habitual do grupo, porém duas canções se sobressaem em
todo o tracklist. “Save Me From Myself” é um hard blues
sensacional que faz o Orange Goblin soar como uma versão mais pesada
do Lynyrd Skynyrd, com direito até a sutis intervenções de órgão.
E a faixa-título, uma odisséia cósmica e intensa com mais de sete
minutos de duração, que fecha o disco em alto estilo.
Sem
abrir mão do seu passado e encarando novas possibilidades, o Orange
Goblin fez de A Eulogy for the Damned um excelente álbum, que
está lado a lado com Time Travelling Blues (1998) e Coup
de Grace (2002) como os pontos altos da sua consistente
discografia.
Faixas:
- Red Tide Rising
- Stand For Something
- Acid Trial
- The Filthy and the Few
- Save Me From Myself
- The Fog
- Return to Mars
- Death of Aquarius
- Bishop's Wolf
- A Eulogy for the Damned
Concordo. Esse é o melhor álbum da banda. Muito bom o trabalho!
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