Nota:
10
Enslaved,
oitavo álbum do Soulfly, acentua o direcionamento que a banda de Max
Cavalera vem seguindo nos últimos anos, aproximando-se cada vez mais
não só do thrash metal, mas também do death – além de alguns
flertes com o black metal. Não há nem sombra do experimentalismo
dos primeiros álbuns, que traziam efeitos eletrônicos e coisas do
gênero.
Ao
lado de Max estão o parceiro Mark Rizzo nas guitarras e os
estreantes Tony Campos (Static-X, Asesino) e o baterista David
Kinkade (Borknagar), constituindo uma das formações mais
consistentes nos 15 anos de história do grupo. Além disso, Enslaved
conta com as participações especiais de Travis Ryan (vocalista do
Cattle Decapitation) em “World Scum”, Dez Farfara (vocalista do
Coal Chamber e do DevilDriver) em “Redemption of Man by God” e
dos filhos de Max – Richie, Zyon e Igor Jr. - em “Revengeance”.
Produzido
por Chris “Zeuss” Harris (3 Inches of Blood, Chiamaira, Shadows
Fall) e pelo próprio Max Cavalera, Enslaved é um disco
incrível. As composições são excelentes, fortíssimas. Nelas, o
guitarrista e vocalista conduz a banda por uma sonoridade que pode
ser definida como uma espécie de thrash metal contemporâneo, com
muita agressividade e peso. Em certas passagens, a banda, como
mencionado antes, faz uso de elementos ainda mais extremos, inserindo
características do death e até mesmo do black metal – como blast
beats, por exemplo -, deixando o seu som ainda mais poderoso. Há uma
boa dose de melodia na parte instrumental, que, aliada ao peso e à
agressividade da performance como um todo, torna as faixas muito
fortes e cativantes.
David
Kinkade deu uma declaração onde afirmou que Enslaved soava
como se Arise tivesse
sido turbinado com doses de crack. A afirmação faz sentido. As
músicas soam como se Max tivesse dado sequência ao clássico do
Sepultura. A consistência e a qualidade das composições
impressionam, bombardeando o ouvinte com uma sequência de faixas que
batem no peito e fazem qualquer headbanger bater cabeça
instantaneamente.
Destaque
para “World Scum”, “Gladiator”, a porrada de “American
Steel”, “Redemption of Man by God”, “Plata O Plomo” (com
instrumental que une o heavy metal ao flamenco e cuja letra, cantada
em português por Max e em espanhol por Campos, homenageia o
traficante colombiano Pablo Escobar), “Chains” (mais de sete
minutos de uma odisséia thrash metal que fará os fãs irem às
lágrimas) e o grito familiar de “Revengeance”, onde Max mostra
que está preparando bem os herdeiros para, um dia, assumirem o seu
lugar.
Pondero
muito antes de dar a nota máxima para um disco. O motivo para isso é
que vejo tantos reviews de álbuns apenas medianos publicados em
sites e revistas brasileiras especializadas em heavy metal recebendo
nota 8 pra cima, que tenho a impressão que qualquer disco legalzinho
já é considerado pela maioria um clássico. Mas em Enslaved
vou ter que abrir uma exceção. O álbum é admirável do começo ao
fim, e, para mim, é o melhor trabalho de toda a carreira do Soulfly.
Se
2012 acabasse hoje, esse seria o disco do ano!
Faixas:
- Resistance
- World Scum
- Intervention
- Gladiator
- Legions
- American Steel
- Redemption of Man by God
- Treachery
- Plata O Plomo
- Chains
- Revengeance
Conseguiu me deixar curioso para ouvir o disco.
ResponderExcluirNão sou fã de nada que o Max fez depois que saiu do Sepultura.
Vamos ver se este album me faz morder a língua.
Na torcida!
Exelente album! Ficou agressivo do jeito que eu gosto, mão deixa a desejar, realmente o melhor disco da banda! =D
ResponderExcluiresse disco, na minha opinião, representa uma progressão lógica em relação aos dois anteriores, que já eram bastante bons, esse, Enslaved, é praticamente perfeito.
ResponderExcluirInusitado até, mas saiu hoje uma interessante entrevista com o Max no G1: http://glo.bo/xvfTqa
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