Helloween: crítica de Straight Out of Hell (2013)

Com 29 anos de carreira, o Helloween chega ao seu décimo-quarto álbum com Straight Out of Hell. Produzido novamente por Charlie Bauerfeind, responsável por todos os discos da banda desde The Dark Ride (2000), Straight Out of Hell foi gravado no Mi Sueño Studio, localizado na cidade espanhola de Tenerife.

Uma banda como o Helloween, responsável pela criação de um dos gêneros mais populares da música pesada, tem todos os seus movimentos cercados de grande expectativa. E não poderia ser para menos, afinal estamos falando de um dos nomes mais influentes da história do heavy metal, e que, em detrimento do saudosismo dos fãs, olha para frente a cada novo lançamento.

Straight Out of Hell é um disco muito sólido. O Helloween soube aliar as características principais de sua música, como a melodia e as cativantes linhas vocais, a uma pegada mais atual e agressiva, com riffs curtos e diretos. O melhor exemplo disso é “World of War”, a melhor faixa de Straight Out of Hell e uma das melhores gravadas pela banda nos últimos anos. Seus quase cinco minutos são um deleite para os ouvidos, com guitarras inspiradas, coros e ótima performance de todo o grupo.

“Nabataea” é mais um destaque, abrindo o disco com classe. Seus mais de sete minutos são repletos de mudanças de andamento e climas, enquanto a letra conta a história do lendário reino que batiza a canção. “Live Now!” e “Far From the Stars” mantém o bom nível, com generosas doses de melodia derramadas sobre o ouvinte, mas nunca abrindo mão do peso e de uma pegada mais forte, o que diferencia os pais do estilo das milhares de bandas genéricas que infestaram o metal melódico ao longo dos anos, apostando de maneira equivocada em escalas derivativas e músicas insípidas. O Helloween não faz isso, e mostra o caminho que esses grupos deveriam ter seguido.

Há de se destacar, como sempre, o ótimo Andi Deris, vocalista dono de grandes recursos e muito bom gosto, que esbanja competência na criação de linhas e passagens vocais que acrescentam muito às canções. O mesmo ocorre com Sascha Gerstner, jovem guitarrista que funciona como contraponto eficaz do experiente Michael Weikath. A dupla Markus Grosskopf e Daniel Löble completa o quinteto, mostrando-se entrosadíssimos em Straight Out of Hell.



No entanto, existe um problema que puxa o álbum para baixo: o excesso de faixas. Algumas composições são totalmente dispensáveis e nunca deveriam ter visto a luz do dia, passando a impressão de estarem no tracklist apenas para completar a duração de um CD. É o caso de “Waiting for the Thunder”, a terrível balada “Hold Me in Your Arms” e “Years”, esta última praticamente um clone do Stratovarius da década de 1990. A inclusão destas músicas incha Straight Out of Hell, tornando-o longo em demasia. O disco funcionaria perfeitamente sem elas, e seria bem mais eficaz com a ausência do trio.

Mas é preciso voltar aos elogios, já que a parte final do trabalho reserva grandes momentos para os fãs. A faixa-título tem o DNA clássico do grupo temperado com o aspecto mais rude e violento que a banda adotou desde a chegada de Andi Deris, e é uma grande composição. “Asshole” é outro destaque, com um riff e uma pegada que lembram os tempos da parceria de Roy Z com Bruce Dickinson nos discos solo do vocalista do Iron Maiden. Ótima faixa! O álbum fecha com “Church Breaks Down”, composição épica e que mostra todo o poder de fogo que o Helloween ainda possui.

Straight Ou of Hell é um bom disco. Há grandes composições entre as suas 13 faixas, momentos que tem tudo não só para agradar os fãs, mas, sobretudo, para serem incluídas no já respeitável catálogo de músicas obrigatórias do grupo - caso de “Nabataea”, “World of War” e a faixa-título.

Vale a pena, confira!

Nota 7,5

Faixas:
1 Nabataea
2 World of War
3 Live Now!
4 Far From the Stars
5 Burning Sun
6 Waiting for the Thunder
7 Hold Me in Your Arms
8 Wanna Be God
9 Straight Out of Hell
10 Asshole
11 Years
12 Make Fire Catch the Sky
13 Church Breaks Down

Comentários

  1. depois de anos do Helloween vir fazendo álbuns ruins, esse com certeza mostra que eles tem muita lenha pra queimar ainda. eu curti mto esse disco. Happy happy helloween

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  2. Cara, concordo que "Waiting for the thunder" é desnecessária mas "hold me in your arms" e "years" eu gostei bastante. Acho que o álbum longo é muito bom.

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  3. Cara, o TESÃO do álbum é a Burning Sun!

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