Mas, em seu primeiro disco solo, ele foi além — e resolveu criar uma obra conceitual inspirada em The Life and Times of Scrooge McDuck. O disco, de mesmo nome (sem o McDuck, apenas para efeitos autorais), tem total apoio do autor da HQ original – no caso, Don Rosa, o roteirista/ilustrador mais importante dos gibis dos patos da Disney depois do lendário Carl Barks e responsável pela bela imagem exclusiva da capa do álbum. Mas não se engane, querido leitor: The Life and Times of Scrooge não é um disco de heavy metal - seja ele power, sinfônico, gótico ou qualquer coisa assim. É praticamente um disco instrumental, com poucas canções efetivamente cantadas. É uma trilha sonora requintada, sofisticada, de excelente qualidade e com uma produção cristalina, prontinha para o dia que alguém resolver transformar esta HQ em filme.
A trama da história original – que tem 12 capítulos e cerca de 210 páginas no total – gira em torno do passado do Tio Patinhas, em como ele viajou quilômetros e quilômetros nas mais adversas condições e trabalhou duro na mineração de ouro em busca da fortuna que viria muitos anos depois. Os capítulos se espalham do século XIX até a década de 50.
Quando saiu o primeiro single do disco, "A Lifetime of Adventure", com as vozes das vocalistas finlandesas Johanna Kurkela (supostamente, namorada de Tuomas) e Johanna Iivanainen, ficou a impressão de que estaríamos diante, talvez, de um disco que seria uma espécie de evolução do Nightwish - lindo, intrigante, envolvente. Mas The Life and Times of Scrooge é mais do que isso. Desde a introdução com "Glasgow 1877", uma canção com sonoridade tipicamente escocesa na qual Scrooge (interpretado por Alan Reid) se despede da família e ouve o lamento de sua mãe, Downy O'Drake (Johanna Iivanainen), dá para perceber que a proposta aqui tem outro nível.
Em "Into the West", o banjo e a gaita ganham destaque à frente da orquestra (no caso, a London Orchestra, regida pelo mesmo maestro Pip Williams que colaborou com Tuomas nos álbuns Once, Dark Passion Play e Imaginaerum, do Nightwish) em um épico country old school que dá a perfeita sensação de que o personagem está desbravando o Velho Oeste ainda perigoso, desconhecido mas cheio de promessas de uma nova vida. Já a estrutura grandiosa e sombria de "Duel & Cloudscapes", com uma belíssima interpretação do coral Metro Voices, poderia facilmente estar na trilha de qualquer filme d'O Senhor dos Anéis, pela vibração que transmite de uma luta em meio a cenários idílicos.
Em "Cold Heart of the Klondike", Tony Kakko, a voz do Sonata Arctica, assume as vezes de narrador para contar como é a solitária chegada de Scrooge ao Klondike - uma região de Yukon, noroeste do Canadá, a leste da fronteira com o Alasca. É lá, na cidade de Dawson, que ele conhece uma cantora e dançarina que pode ser considerada o grande amor da sua vida, Goldie o'Gilt. A moça é vivida, na obra, por Kurkela, que faz um belo dueto com Reid tanto na megalomaníaca "The Last Sled" quanto na delicada balada violão e voz "Go Slowly Now, Sands of Time", que funciona claramente como a canção da reflexão do herói depois de sua jornada.
Se alguma faixa pode lembrar, ainda que remotamente, o Nightwish, ela seria "Dreamtime", com o onírico teclado característico de Tuomas ditando o andamento, quase como se estivesse ditando os rumos de um sonho, prestes a tornar-se pesadelo. Mas, honestamente, o ideal é ouvir este disco sem ter o Nightwish em mente. Aliás, sem ter qualquer banda bate-cabeça em mente. Este é um momento para curtir música de um jeito diferente. E que faz com que um caminho bastante interessante se abra para o Sr. Holopainen: ele pode pensar seriamente em trabalhar com este negócio de cinema. Ia se dar muito bem. Basta algum figurão de Hollywood ouvir este disco para ter a mesma impressão que eu.
Nota 9
Faixas:
1. Glasgow 1877
2. Into The West
3. Duel & Cloudscapes
4. Dreamtime
5. Cold Heart Of The Klondike
6. The Last Sled
7. Goodbye, Papa
8. To Be Rich
9. A Lifetime Of Adventure
10. Go Slowly Now, Sands Of Time
Por Thiago Cardim
Eu curti bastante este álbum, especialmente por ser fã do grande Tio Patinhas e de toda família pato original.
ResponderExcluirA música do single é muito empolgante e a voz da moça bem agradável.
Fico a pensar se ele desejou ir para este lado com Nightwish quando contratou a Anette(?)e bem...a coisa não deu muito certo e chutou a moça, deixando este lado mais experimental para seus álbuns solos sem comprometer a marca Nightwish.
Que venha mais álbuns deste tipo, mas sem o Mickey, peloamordedeus.
poxa galera.. acho q vcs são notas altas demais , qualquer disco coadjuvante é nota 9..
ResponderExcluiraí fica difícil acreditar e ir conferir o disco realmente..
a minha sugestão é que deixem para dar nota 9 para álbuns realmente ótimos, que acrescentam algo original....
esse tipo de metal melódico ou power metal sei lá , é mto genérico ,tem 1000 mil bandas fazendo as mesmas coisas..
edgay
mamata artica
e infinitas outras...
abraço! curto mto o site
Esse disco não tem nada de metal melódico, Bruno. Ouça.
ResponderExcluirResenha extremamente honesta, parabéns novamente a collector's, não é a toa que acompanho a vários anos o site, desde os tempos de whiplash.
ResponderExcluirO álbum do Thuomas é realmente fantástico, lembra em raros momentos o Nightwish e é uma trilha sonora perfeita para uma boa viajem musical.
Esse Bruno aí não ta sabendo o que está falando, hehe
ResponderExcluirBruno,vc ouviu o album????
ResponderExcluirclaro que não né!!!!
ae quer fazer um comentário de
truemetalpseudointelectualfan e fala o que não sabe.
ouça o album,vc tem todo direito de achar ruim,eu também nao gosto de metal muito cheio de frescuras,mas isso nao é metal
ouça,depois vc comenta