Impressões sobre os shows de quinta, 24/09, no Rock in Rio


Project46 - Não assisti ao show, infelizmente. Então, vou falar sobre a banda. O Project46 faz um metal com elementos de hardcore, cantado em português e super pesado. O quinteto já lançou dois discos, Doa a Quem Doer (2011) e Que Seja Feita a Vossa Vontade (2014), ambos muito sólidos e bem produzidos. Vale a pena conhecer o som dos caras.

Halestorm - Um dos melhores shows do Rock in Rio até agora, pegando muita gente de surpresa. Com uma performance cheia de energia e destaque total para a vocalista e guitarrista Lzzy Hale, o Halestorm certamente conquistou uma legião de novos fãs. Lzzy tem uma presença de palco incrível e canta de maneira fantástica. Um dos pontos altos do festival até agora.

Lamb of God - Após todos os problemas vividos por Randy Blythe devido à sua prisão e julgamento na República Checa, o Lamb of God atravessa um momento de renascimento. E isso foi sentido no palco, com um show violento e agressivo, com ótima performance individual dos integrantes e grande participação do público. Vai Brasil, aproveita o momento e abraça de vez um dos melhores e mais importantes nomes do metal contemporâneo!

Deftones - Entre os grandes nomes do nu metal, o Deftones é um dos que tenho menos contato desde sempre. Não conheço o som da banda a fundo. No entanto, o show realizado pelos norte-americanos foi excelente, com uma energia palpável capaz de conquistar até caras pouco familiarizados com a sua música, como eu. Ótima apresentação!

CPM22 - Ainda que parecesse deslocado em relação aos outros nomes da noite - trata-se de uma banda de pop punk, ou hardcore melódico, em um dia com predominância de metal -, o CPM22 assumiu a responsabilidade e abriu os trabalhos do Palco Mundo com personalidade. Aclamado pelo público, que participou ativamente de todas as canções, o quinteto fez bonito e comemorou os 20 anos de estrada com estilo.

Hollywood Vampires - Não dava nada por este show. E a expectativa ficou pior ainda após ver o setlist, recheado de covers. Mas gostei de ser enganado. Formado por ícones do rock - Alice Cooper, Joe Perry, Duff McKagan, Matt Sorum - e contando com o ator Johnny Depp em uma das guitarras, o Hollywood Vampires fez um show divertidíssimo. Alice foi o mestre de cerimônias, conduziu a banda e hipnotizou o público. As participações especiais de Andreas Kisser (em “Schools Out”, clássico de Cooper), Zak Starkey (o filho de Ringo Starr tocou “I'm a Boy”, do The Who, banda da qual é baterista há anos) e Lzzy Hale (a vocalista e guitarrista do Halestorm retornou ao palco pra deixar todo mundo de queixo caído em “Whole Lotta Love”, do Led Zeppelin) deram ainda mais brilho a uma apresentação que vai ficar na memória.

Queens of the Stone Age - Eu não gosto do Queen of the Stone Age, admito. O som da banda não me agrada, não gosto dos riffs, não é pra mim. Mas isso não importa. Josh Homme e sua turma tinham o público do Rock in Rio na mão. A participação da galera foi maciça, mesmo com a falta de uma interação maior do grupo com o público. Fico com a mesma opinião que tinha antes de assisti-los: o Queens of the Stone Age funciona melhor em locais menores, e não na imensidão do Palco Mundo. Mas, como todo mundo curtiu, provavelmente o errado sou eu.

System of Down - Em uma pesquisa divulgada antes do início do festival, o System of a Down foi apontado como a banda que o público mais queria ver no Rock in Rio. E a autenticidade desta pesquisa foi comprovada no show, com participação maciça da audiência. Desde que pisou no palco até o final da apresentação, o SOAD causou comoção coletiva, intensificada pela intensa energia vinda do público. Teve cara de celebração, e realmente foi.

Pra fechar, gostaria de falar um pouco sobre a cobertura e transmissão do Multishow. Houve uma melhora perceptível na qualidade de som do canal em relação aos shows do final de semana. E, apesar de algumas reclamações em redes sociais, o time escalado pra fazer a cobertura do evento entende do assunto e está indo muito bem, ao meu modo de ver. Didi Wagner é demais, com uma classe e beleza hipnotizantes. Titi Muller é sensualidade pura. Guilherme Guedes entende do que fala e agrega muito com os seus comentários, assim como Johnny, do Matanza, quando esse último está em cena. O único ponto fora da curva são as intervenções de Mari Moon e Bruno de Lucca, geralmente irritantes, e de Rodrigo Pinto, que fala apenas o óbvio em seus comentários. No mais, tá legal e muito mais profissional e sério do que nas edições anteriores.

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