Impressões sobre os shows do segundo final de semana do Rock in Rio 2015


(alguns shows não foram assistidos, por isso não possuem comentários a respeito)

Moonspell - A maior banda de metal de Portugal, seminal na associação entre o black metal e a sonoridade gótica, fez um show muito competente no Rock in Rio. Alternando músicas de seu último disco, o ótimo Extinct (2015), com clássicos de sua trajetória, o quinteto liderado pelo vocalista Fernando Ribeiro estava nitidamente empolgado por estar no festival. A participação de Derrick Green adicionou ainda mais agressividade às composições. A cereja do bolo foram as releituras para “Territory" e “Roots Bloody Roots”, do Sepultura.

Nightwish - Vivendo um período de renascimento desde a adição da vocalista Floor Jansen, o Nightwish fez um dos shows mais concorridos do Palco Sunset durante todo o evento. Era tanta gente assistindo a banda que até surgiu uma dúvida: será que eles não deveriam estar no Palco Mundo, devido à grande popularidade que possuem no Brasil? Enfim, o Nightwish ousou ao não priorizar clássicos antigos, mas sim canções mais recentes. A performance de Floor foi o grande destaque - canta muito e tem uma presença de palco hipnótica -, e os melhores momentos foram as versões para a linda “The Islander” (com Tony Kakko, do Sonata Arctica) e a apoteótica “Ghost Love Score”, que fechou a apresentação.

Steve Vai e Camerata de Florianópolis - Música instrumental ousada e de primeira classe no Rock in Rio. Steve Vai, um dos maiores guitarristas do mundo, passeou pelo seu repertório acompanhado pela Camerata de Florianópolis. Os arranjos foram muito bem pensados, não sobrepondo partes de guitarra com as passagens clássicas. Destaque para a expressão de alegria e respeito dos músicos da Camerata em dividir o palco com Vai, e, sobretudo, à técnica sobrehumana de Steve nas seis cordas. Um show lindo de se ver!

De La Tierra - Quarteto formado por Andreas Kisser ao lado de músicos latino-americanos, o De La Tierra fez uma apresentação cheia de energia, levando o metal cantado em espanhol para o palco principal do Rock in Rio. Um bom show, mas que pareceu mais apropriado para o Palco Sunset, na minha visão.

Mastodon - Estreia de uma das melhores bandas do metal contemporâneo em solo brasileiro. Um show antológico, com uma performance feroz do quarteto norte-americano. Os músicos estavam felicíssimos por tocarem no Brasil pela primeira vez, e deixaram isso transparecer de forma explícita. Apresentação para conquistar uma legião de novos fãs, e que no final deixou um imenso sabor de quero mais. Um dos melhores momentos do festival!

Faith No More - A banda norte-americana é sempre muito forte ao vivo, e, como de costume, não decepcionou. Com o palco repleto de flores e os músicos vestidos de branco, o Faith No More entrou com o jogo ganho e saiu aclamado do palco do Rock in Rio, mais uma vez.

Slipknot - Existem bandas excelentes ao vivo, e existe o Slipknot. É simples. O norte-americanos liderados pelo vocalista Corey Taylor fizeram mais uma vez um show repleto de agressividade e energia. É espantosa a capacidade da banda em se entregar em cima do palco, bem como é palpável a identificação entre os músicos e seus fãs. De novo, um grande show!

Rihanna - A cantora pop fez uma apresentação recheada de hits e que agradou em cheio quem estava no festival e também quem assistia através da TV. Feliz e animada por estar no Brasil mais uma vez, Rihanna cantou com um sorriso no rosto. A banda que acompanha a menina é excelente, como era esperado, e Rihanna mostrou que tem uma bela voz, não caindo de qualidade durante toda o show. Destaque para o momento em que promoveu um set mais intimista, acompanha por violão e percussão, soltando a voz com muito feeling e afinação, para delírio dos fãs.

Fechando, um agradecimento ao Multishow pela excelente cobertura do festival. Com uma linguagem ao mesmo tempo leve e informativa, a equipe do canal conduziu com eficiência os telespectadores pelo desfile de atrações. 

No final, ficou a sensação de que a edição de 2015 foi uma das melhores do Rock in Rio, em todos os aspectos. Até 2017 (e nos vemos também em 2019, já que as duas próximas edições do Rock in Rio foram confirmadas oficialmente por Roberto Medina)!

Comentários