26 bandas para o Matias: O de The Doors


Conheci Jim Morrison e companhia através do filme The Doors, dirigido por Oliver Stone e lançado em 1991. Antes, não lembro de ouvir a banda, apenas de ler a respeito da sua importância e influência em revistas como a Bizz.

O Doors mexeu bastante comigo. Lembro de assistir ao filme no cinema com um grupo de amigos, e que toda a turma que estava na sala se comportava como se estivesse assistindo a um show ao vivo. Eram gritos, coros nos refrãos das músicas, reações extremadas por todos os lados. Como a personalidade de Morrison, a força motriz por trás do Doors.

Meus discos favoritos são o Morrison Hotel e o L.A. Woman, como uma preferência maior por este último. O primeiro também é um clássico, e talvez seja até melhor que os dois citados, mas por alguma razão que não sei explicar, mas o coração sente, prefiro os álbuns com “Roadhouse Blues” e “Riders on the Storm”.  

Me identifiquei profundamente com Jim Morrison. Li vários livros a seu respeito, ouvi suas músicas durante meses a fio. Mergulhei no Doors como poucas vezes fiz com um artista. Passei um longo tempo ouvindo praticamente apenas a banda e deixando o cabelo crescer no mesmo estilo de seu vocalista. Devo ter passado quase um ano nessa história. E então, aos poucos, o Doors foi se apagando na minha vida, como uma espécie de ressaca após uma experiência tão intensa.

Nos últimos anos, a banda foi pouco a pouco retornando aos meus ouvidos. E como sempre acontece quando você coloca pra rodar novamente na vida adulta os discos e bandas que foram marcantes em sua adolescência, a percepção muda drasticamente. A perspectiva é outra, a experiência é outra. Você já passou por tantas coisas, tantas experiências no período, que tudo muda de figura. E isso, em relação ao Doors, apenas intensificou a minha admiração pelo grupo.

Jim Morrison foi um gênio indomável, autor de letras incríveis e de um comportamento errático movido por excessos e que acabou levando o grupo ao seu final. É de se admirar, por exemplo, a construção de uma sonoridade sem a inclusão de um baixista, com Ray Manzarek fazendo o baixo no teclado enquanto, simultaneamente, criava também melodias arrepiantes. 

Entre os quatro integrantes, há um bastante subestimado, e seu nome é Robbie Krieger. O guitarrista do Doors é sutil e brilhante, um músico de imensa criatividade e que acabou ofuscado pela agressividade exuberante de Morrison e pela musicalidade refinada de Manzarek.

O Matias ainda não chegou até o Doors. Mas provavelmente conhecerá a banda quando ficar mais velho. É inevitável, afinal de contas. E, como gosta de melodia, de blues e de rock, certamente curtirá bastante o legado construído por Jim e companhia.

Afinal, as portas estão sempre abertas. Basta dar o primeiro passo e mergulhar sem medo.


Comentários