Reviews: Miles Davis, Amon Amarth, Ace Frehley, Cyndi Lauper e Criolo


Uma passada geral em alguns discos lançados nas últimas semanas e que ainda não foram comentados aqui no site. Reviews rápidos e diretos, pra você sacar o que cada um contém e atiçar a curiosidade para ouvi-los. 


Bom apetite!


Miles Ahead Soundtrack (2016)

Trilha sonora do filme dirigido e estrelado por Don Cheadle, e que conta a história do genial Miles Davis. Canções de Miles intercaladas com diálogos do filme. A trilha traz onze faixas do lendário jazzista, começando em 1953 e indo até 1981. Algumas estão editadas - casos de “Solea”, “Seven Steps to Heaven”, “Nefertiti”, “Duran”, “Black Satin” e “Black Seat Betty” -, e funcionam como pinceladas generosas no vasto catálogo de Miles. E ainda temos clássicos do quilate de “So What”, brilhando em todo o seu esplendor. Completam o tracklist canções do pianista Taylor Eigsti e quatro novas composições escritas por Robert Glasper, pianista e produtor norte-americano, com destaque para “What's Wrong With That?”, onde Glasper toca ao lado de Keyond Harrold, Herbie Hancock, Wayne Shorter, Esperanza Spalding, Antonio Sanchez e Gary Clark Jr. Nunca ouviu Miles Davis? Nunca escutou jazz? Essa trilha pode ser um primeiro passo para se apaixonar pelo gênero.


Amon Amarth - Jomsviking (2016)

Décimo álbum da banda sueca, um dos principais expoentes do metal viking. Produção do respeitado Andy Sneap (Opeth, Trivium, Dimmu Borgir) em um trabalho conceitual que versa sobre os jomsvikings, uma ordem de mercenários do século X. Liricamente, histórias de heroísmo, lutas, confronto e derramamento de sangue. Musicalmente, enormes doses de melodia caminham lado a lado com peso e brutalidade, criando canções cinematográficas e altamente cativantes. Um dos melhores discos do Amon Amarth.


Ace Frehley - Origins, Vol. 1 (2016)

Novo álbum solo do lendário guitarrista da formação clássica do Kiss, uma espécie de Keith Richards do hard rock. O disco traz doze releituras para clássicos do rock, passando por canções do Cream, Rolling Stones, Jimi Hendrix, Free, Thin Lizzy, Steppenwolf e do próprio Kiss. Com participações especiais de Slash, Lita Ford, Mike McCready e John 5, além do chapa Paul Stanley, o Spaceman gravou um disco honesto e que explora as suas principais influências. Rock dos bons e pra lá de divertido!


Cyndi Lauper - Detour (2016)

Caso você não acompanhe o que Cyndi Lauper andou fazendo nos últimos anos, o susto em ouvir seu novo disco será grande. Após se aventurar por álbuns de blues, a cantora que ficou famosa pelo pop vigoroso na segunda metade da década de 1980 aposta em country e em um tempero western em seu novo álbum. Ainda que o resultado não seja brilhante, Detour mostra a versatilidade de Cyndi, seja explorando novas sonoridades ou dividindo o microfone com nomes como Willie Nelson, Emmylou Harris, Vince Gill, Jewel e Alison Krauss. Vale a audição.


Criolo - Ainda Há Tempo (2016)

Ainda Há Tempo é a regravação do primeiro álbum de Criolo, lançado em 2006, atualizando a sua sonoridade com uma nova produção, a cargo do parceiro Daniel Ganjaman. Limpando o excesso do disco original (das 22 faixas, apenas 9 estão na nova versão), essa nova versão resgata boas canções desconhecidas do público e dá um tratamento mais adequado às ideias do início da carreira do rapper. Indicado principalmente pra quem é fã da faceta mais hip hop do artista, que em discos como Nó na Orelha (2011) e Convoque Seu Buda (2014) experimentou com diversos outros gêneros (na maioria dos casos com resultados excelentes, diga-se de passagem), deixando um pouco de lado a sonoridade pela qual surgiu. Enquanto não vem o novo disco, Ainda Há Tempo aplaca a sede.

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