Ina Forsman
é uma jovem blueswoman finlandesa. Com apenas 24 anos e um enorme talento,
lançou seu primeiro disco há três anos e soltou o segundo, Been Meaning to Tell
You, em janeiro deste ano. Lembro que fiquei emocionado com o seu debut,
tanto que o coloquei como o melhor álbum de 2016. Sua sequência segue pelo
mesmo caminho.
Been Meaning
to Tell You traz doze faixas compostas pela própria Ina, e pode ser enquadrado
como uma espécie de soul blues. Ina atualiza gêneros vitais como os citados,
fazendo-os soar contemporâneos através de excelentes canções. A sonoridade é
orgânica, totalmente distante do som plastificado e artificial que domina
grande parte da indústria musical atual. Para efeitos de comparação, ainda
que não sejam exatamente similares, os universos sonoros de Ina Forsman e da
falecida Amy Winehouse são similares. Porém, enquanto Amy entregava canções
mais cruas e que transitavam pelo soul com influências das grandes vozes
femininas do jazz, Forsman é uma garota do blues. O gênero nascido nas fazendas
de algodão dos Estados Unidos corre forte nas veias dessa finlandesa, para
alegria de quem gosta dos bons sons.
Em relação
ao primeiro disco, há uma presença maior de elementos da música pop, em canções
de extremo bom gosto com a swingada “Get Mine” e a balada “All Good”. Ao mesmo
tempo em que torna a sua música acessível para um público maior, Ina não se
furta de falar sobre questões vitais para o universo feminino como o assédio
sexual, que é apresentado em “Whatcha Gonna Do” e “Why You Gotta Be That Way”,
cantadas, respectivamente, através pontos de vista de um homem e de uma mulher.
Para os
amantes do blues, o arrepiamento está garantido em momentos incríveis como “Miss
Mistreated”, “Chains” e em “Sunny”, que fecha o disco com Ina cantando
apenas a capella durante mais de três minutos.
Ina Forsman
é uma das grandes novas vozes da música. Com personalidade e trazendo um
material totalmente autoral, mostra que o blues, o soul e todos os seus gêneros
irmãos estarão bem servidos por muitos anos.
Mais um
grande disco de uma cantora que chegou para ficar.
Improvavelmente nórdica uma das maiores vozes do blues atual, vale a conferida!
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