Review: Ina Forsman – Been Meaning to Tell You (2019)



Ina Forsman é uma jovem blueswoman finlandesa. Com apenas 24 anos e um enorme talento, lançou seu primeiro disco há três anos e soltou o segundo, Been Meaning to Tell You, em janeiro deste ano. Lembro que fiquei emocionado com o seu debut, tanto que o coloquei como o melhor álbum de 2016. Sua sequência segue pelo mesmo caminho.

Been Meaning to Tell You traz doze faixas compostas pela própria Ina, e pode ser enquadrado como uma espécie de soul blues. Ina atualiza gêneros vitais como os citados, fazendo-os soar contemporâneos através de excelentes canções. A sonoridade é orgânica, totalmente distante do som plastificado e artificial que domina grande parte da indústria musical atual. Para efeitos de comparação, ainda que não sejam exatamente similares, os universos sonoros de Ina Forsman e da falecida Amy Winehouse são similares. Porém, enquanto Amy entregava canções mais cruas e que transitavam pelo soul com influências das grandes vozes femininas do jazz, Forsman é uma garota do blues. O gênero nascido nas fazendas de algodão dos Estados Unidos corre forte nas veias dessa finlandesa, para alegria de quem gosta dos bons sons.

Em relação ao primeiro disco, há uma presença maior de elementos da música pop, em canções de extremo bom gosto com a swingada “Get Mine” e a balada “All Good”. Ao mesmo tempo em que torna a sua música acessível para um público maior, Ina não se furta de falar sobre questões vitais para o universo feminino como o assédio sexual, que é apresentado em “Whatcha Gonna Do” e “Why You Gotta Be That Way”, cantadas, respectivamente, através pontos de vista de um homem e de uma mulher.

Para os amantes do blues, o arrepiamento está garantido em momentos incríveis como “Miss Mistreated”, “Chains” e em “Sunny”, que fecha o disco com Ina cantando apenas a capella durante mais de três minutos.

Ina Forsman é uma das grandes novas vozes da música. Com personalidade e trazendo um material totalmente autoral, mostra que o blues, o soul e todos os seus gêneros irmãos estarão bem servidos por muitos anos.

Mais um grande disco de uma cantora que chegou para ficar.

Comentários

  1. Improvavelmente nórdica uma das maiores vozes do blues atual, vale a conferida!

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