Review: SOTO – Origami (2019)



Alguns artistas, por mais talentosos que sejam, jamais alcançam o nível de popularidade e o reconhecimento que seria de se esperar de alguém com tais atributos. Jeff Scott Soto é um desses casos. O vocalista nova-iorquino é um veterano da cena metal e hard rock e gravou discos excelentes com o Talisman, Yngwie Malmsteen, Axel Rudi Pell, Trans-Siberian Orchestra, Sons of Apollo e mais uma turma, além de participar de trabalhos de gente como Michael Schenker, Lita Ford, Stryper, Paul Gilbert, Dokken, Uriah Heep e outros. Ou seja, currículo não falta.

Porém, apesar de toda essa folha corrida, Jeff nunca estourou comercialmente, o que é uma pena. Talvez o momento em que tenha chegado mais perto disso foi com o Talisman na década de 1990 e, mais recentemente, como frontman do super grupo Sons of Apollo. Do alto dos seus 53 anos, o cantor parece já não se importar tanto com isso e foca ainda mais na música. O resultado, para quem acompanha o seu trabalho, é gratificante.

Origami é o terceiro disco de sua banda SOTO, e sucede Inside the Vertigo (2015) e DIVAK (2016). Musicalmente, trata-se de um álbum que apresenta um heavy metal com elementos constante de hard rock. É um álbum pesado, bem feito, e onde a melodia e as harmonias tem papel de destaque. Ao lado de Jeff Scott Soto estão os guitarristas Jorge Salán e BJ, o baixista Tony Dickinson e o baterista Edu Cominato. Dois desses músicos – BJ e Edu – são brasileiros. Há influências de bandas como Queensrÿche lado a lado com sonoridades mais contemporâneas, montando um painel sonoro muito interessante.

Vale mencionar que o baixista David Z, morto no trágico acidente sofrido pelo Adrenaline Mob em 22 de março de 2017, fazia parte do SOTO e chegou a gravar duas músicas que estão em Origami: “Detonate” e “Give in to Me”, versão de uma composição de Michael Jackson.

Muito bem feito, com ótima performance da banda e um belo conjunto de canções, Origami é um disco sólido e que mostra o quanto Jeff Sott Soto é um talento acima da média. Provavelmente, o trabalho reverberará apenas entre os já convertidos e não aumentará a base da fãs do vocalista, o que é uma pena. Pare um pouco, reserve um tempo no seu dia e ouça Origami. Posso garantir que valerá a pena.

Comentários

  1. Poxa, é um cara sensacional, com excelentes registros, mas que parece estar sempre sob o radar, meio como o Steve Overland, uma das vozes mais maravilhosas do Rock! Sorte de quem conhece!

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