Alguns artistas, por mais talentosos que sejam, jamais
alcançam o nível de popularidade e o reconhecimento que seria de se esperar de
alguém com tais atributos. Jeff Scott Soto é um desses casos. O vocalista
nova-iorquino é um veterano da cena metal e hard rock e gravou discos
excelentes com o Talisman, Yngwie Malmsteen, Axel Rudi Pell, Trans-Siberian
Orchestra, Sons of Apollo e mais uma turma, além de participar de trabalhos de
gente como Michael Schenker, Lita Ford, Stryper, Paul Gilbert, Dokken, Uriah
Heep e outros. Ou seja, currículo não falta.
Porém, apesar de toda essa folha corrida, Jeff nunca
estourou comercialmente, o que é uma pena. Talvez o momento em que tenha
chegado mais perto disso foi com o Talisman na década de 1990 e, mais
recentemente, como frontman do super grupo Sons of Apollo. Do alto dos seus 53
anos, o cantor parece já não se importar tanto com isso e foca ainda mais na
música. O resultado, para quem acompanha o seu trabalho, é gratificante.
Origami é o terceiro disco de sua banda SOTO, e sucede Inside
the Vertigo (2015) e DIVAK (2016). Musicalmente, trata-se de um álbum que
apresenta um heavy metal com elementos constante de hard rock. É um álbum
pesado, bem feito, e onde a melodia e as harmonias tem papel de destaque. Ao
lado de Jeff Scott Soto estão os guitarristas Jorge Salán e BJ, o baixista Tony
Dickinson e o baterista Edu Cominato. Dois desses músicos – BJ e Edu – são brasileiros.
Há influências de bandas como Queensrÿche lado a lado com sonoridades mais
contemporâneas, montando um painel sonoro muito interessante.
Vale mencionar que o baixista David Z, morto no trágico
acidente sofrido pelo Adrenaline Mob em 22 de março de 2017, fazia parte do
SOTO e chegou a gravar duas músicas que estão em Origami: “Detonate” e “Give in
to Me”, versão de uma composição de Michael Jackson.
Muito bem feito, com ótima performance da banda e um belo
conjunto de canções, Origami é um disco sólido e que mostra o quanto Jeff Sott
Soto é um talento acima da média. Provavelmente, o trabalho reverberará apenas
entre os já convertidos e não aumentará a base da fãs do vocalista, o que é uma
pena. Pare um pouco, reserve um tempo no seu dia e ouça Origami. Posso garantir
que valerá a pena.
Poxa, é um cara sensacional, com excelentes registros, mas que parece estar sempre sob o radar, meio como o Steve Overland, uma das vozes mais maravilhosas do Rock! Sorte de quem conhece!
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