Review: Biff Byford – School of Hard Knocks (2020)


Biff Byford é uma das maiores vozes da história do metal. Apesar de não tão idolatrado quanto nomes como Ronnie James Dio, Rob Halford e Bruce Dickinson, o frontman do Saxon é uma lenda de estatura e influência semelhantes. E após 22 discos e mais de quarenta anos à frente da banda britânica, Biff resolveu se aventurar em um trabalho solo.

 

School of Hard Knocks traz o cantor ao lado de Fredrik Åkesson (guitarrista do Opeth), Gus Macricostas (baixista do Future Shock e do Metalworks) e Christian Lundqvist (baterista do The Poodles). Também participam do trabalho diversos convidados especiais: Phil Campbell (guitarrista do Motôrhead), Nibbs Carter (baixista do Saxon), Nick Barker (baterista com passagens pelo Dimmu Borgir, Cradle of Filth, Brujeria e várias outras bandas), Alex Holzwarth (baterista do Rhapsody e que tocou também com o Avantasia e em Angels Cry, estreia do Angra) e Dave Kemp (tecladista e saxofonista).

 

Musicalmente, Biff aproveita a experiência fora do Saxon para experimentar novas sonoridades, mas os fãs mais tradicionais não precisam se preocupar: ele faz tudo isso com os pés fincados no universo do metal. Há desde hard rock clássico em canções como “Welcome to the Show” até metal com sabor oitentista, como é o caso da faixa que dá nome ao disco. O nível das composições é alto, e muito disso se deve a Åkesson, que faz um ótimo trabalho. Biff mete os pés no peso em canções mais agressivas do que estamos habituados a ouvir no Saxon, como “Worlds Collide” e “Pedal to the Metal”, que chegam a trazer alguns elementos de thrash metal. “Hearts of Steel” é um destaque imediato com suas harmonias de guitarra, enquanto a dobradinha final “Me and You” e “Black and White” mostra o lado mais sentimento de Byford em duas bonitas baladas. Merece menção especial a versão para “Throw Down the Sword”, faixa gravada pelo Wishbone Ash em 1972 no fenomenal Argus e que aqui comprova a força eterna de suas melodias.

 

Biff Byford, do alto dos seus 69 anos e recuperado de uma cirurgia cardíaca realizada em 2019, não precisa provar nada para ninguém, e por isso mesmo sua estreia solo é tão divertida, leve e bem feita. São apenas belas canções, riffs inspirados e refrãos para cantar junto. No fim das contas, tudo que um belo disco de rock deve ter.

 

Lançamento nacional da Hellion Records.


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