Iron Maiden: o gigante acordou


O Iron Maiden lançou nessa semana, dia 15/07, a sua primeira música inédita em seis anos. “The Writing on the Wall” foi divulgada através de uma bem planejada ação nas redes sociais que gerou um buzz enorme e uma expectativa altíssima sobre o que a banda estava preparando. E o resultado, pelo menos para mim, alcançou a expectativa.

Escrita por Bruce Dickinson e Adrian Smith, “The Writing on the Wall” é a primeira prévia do novo álbum do Maiden, cujos detalhes devem ser anunciados nessa segunda, dia 19. O sucessor de The Book of Souls (2015) já está pronto, as canções foram gravadas no Guillaume Tell Studios, em Paris, e foram produzidas por Kevin Shirley e Steve Harris.

“The Writing on the Wall” surpreende por fugir totalmente dos singles que antecederam todos os cinco álbuns lançados pelo Iron Maiden desde que a banda se tornou um sexteto, em fevereiro de 1999. Nesse período, as primeiras prévias dos discos da lendária banda inglesa foram “The Wicker Man”, “Wildest Dreams”, “Different World”, “El Dorado” e “Speed of Light”, todas com uma pegada mais direta e um clima bem rock and roll. Já “Writing on the Wall” vai em outra linha e é uma composição com andamento cadenciado, um surpreendente clima western e um evidente tempero épico. As harmonias e os solos de guitarra são um destaque à parte, enquanto a música possui elementos que remetem aos álbuns No Prayer for the Dying (1990), Brave New World (2000), Dance of Death (2003) e The Book of Souls, facilmente perceptíveis nas melodias, nas linhas vocais e na atmosfera da faixa.

Um ponto de destaque nesse retorno do Iron Maiden é o vídeo de “The Writing on the Wall”, desenvolvido pela banda ao lado de alguns dos principais talentos atuais da animação. Cheio de referências ao universo do próprio Maiden e com uma claríssima mensagem política contrária aos grandes líderes do mundo atual (Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, é retratado de forma grotesca), o vídeo traz Eddie convocando os quatro cavaleiros do apocalipse para darem fim a uma realidade que privilegia os ricos e ignora os menos favorecidos.

Pessoalmente, gostei muito de “The Writing on the Wall” e ouvi diversas surpresas inesperadas como os violões iniciais, a ausência de longas introduções instrumentais e um refrão bastante grudento, além do clima classic rock e até mesmo southern que a música entrega. Logicamente, uma parcela dos fãs segue reclamando da sonoridade atual da banda, esperando um retorno aos tempos de álbuns clássicos como Powerslave (1984) e The Number of the Beast (1982). Bem, quem deseja isso não acompanha ou não presta atenção no que o Maiden está fazendo desde 2000, pois há mais de vinte anos a banda vem desenvolvendo uma sonoridade mais madura que une o metal a elementos de rock progressivo e tem gerado ótimos discos como Brave New World, A Matter of Life and Death (2006) e The Book of Souls. E aqui até vale citar algo bem pessoal: gosto muito do som desse Iron Maiden atual, e tanto Brave New World quanto The Book of Souls estão no meu top 5 da banda ao lado de Powerslave, The Number of the Beast e Somewhere in Time (1986).

Longa vida ao Iron Maiden. É bom demais viver na mesma época de uma das maiores bandas de todos os tempos, e melhor ainda ver os caras ativos e produzindo música de qualidade.

Assista ao clipe de “The Writing on the Wall” abaixo:


Comentários

  1. Achei a música muito boa, e tive uma surpresa positiva com a introdução inicial. É diferente para os padrões dos últimos lançamentos da banda. Meu pé atrás ainda é com o trabalho do Kevin Shirley... Não sei explicar bem, o som parece comprimido, com um eco nos vocais que não consigo explicar bem. Penso que o produtor nunca tenha conseguido achar o som ideal do Iron maiden (sempre tem esse som comprimido). Mas se é o que o chefão Steve gosta, quem sou eu pra discordar não é mesmo? Ficamos com a música, pois é ótima, e com a expectativa do novo álbum.

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  2. Na verdade o vídeo é anos luz a frente da música, o vocal do Bruce está bom, só regular, parece que o cara canta gripado ou com um limitação absurda, e na verdade acredito que que fez a resenha da Collectors, tenha se encantado com as imagens do vídeo, a qualidade dos quadrinhos é fantástica, mas o som é meia boca, como a muito tempo vem fazendo, não sei se é o produto, a banda, mas o som é de uma banda mediana, o vídeo é mil, mas o som.....

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  3. Como você falou... Também gosto desse Maiden. Adorei essa música.

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  4. Apesar de não gostar muito da sonoridade do Maiden desde o BNW, creio que devemos levar em conta que, em razão da já existente longa discografia e até pelas idades dos integrantes, poderia se dar ao luxo de não lançar mais álbuns, mas mesmo assim continua produzindo trabalhos dignos e importantes para a música. Longa vida ao Maiden.

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  5. O interessante, levando em consideração que a capa tem uma temática oriental, é que no clipe, no momento em que o Eddie aparece "vestindo" a armadura, lembra muito o desenho dos "Cavaleiros do Zodíaco" quando os personagens vestem as armaduras.... 😉

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