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Mostrando postagens de abril, 2024

Quadrinhos: A Mulher do Mágico, de François Boucq e Jerome Charyn (2024, Comix Zone)

A Mulher do Mágico é uma HQ singular. A obra, que é uma adaptação do romance homônimo do escritor norte-americano Jerome Charyn feita pelo artista francês François Boucq, foi publicada em 1986 na França e marcou a primeira colaboração entre os dois, que produziriam juntos mais três títulos - Boca do Diabo , Little Tulip e New York Cannibals , os dois primeiros publicados no Brasil pela Comix Zone e o último já prometido pela editora. O que lemos em A Mulher do Mágico é uma história que equilibra um elemento artístico e abstrato – o surrealismo – com ingredientes de uma realidade não tão agradável de se ver. Acompanhamos a história de Edmond, um mágico de grande talento que vive uma relação com uma mãe e sua filha pré-adolescente, chamada Rita. Essa relação é claramente de abuso do ponto de vista das duas mulheres, e de prazer e exploração na perspectiva do mágico. Ele coloca mãe e filha em seu espetáculo e sai em turnê apresentado suas habilidades pela Europa ao longo dos anos, e...

Quadrinhos: Dylan Dog & Dampyr, de Roberto Recchioni e Mauro Boselli (2024, Mythos)

Publicado originalmente pela Bonelli na Itália em agosto de 2018, o crossover entre Dylan Dog e Dampyr finalmente chegou ao Brasil. A história reúne os dois personagens do universo mais sombrio e assustador da editora italiana, o investigador do pesadelo Dylan Dog e o caçador de vampiros Dampyr, em uma trama que foi aclamada pelos fãs desde o primeiro momento. Lançada originalmente em dois volumes, nas edições 371 da revista de Dylan Dog e no número 209 de Dampyr – ambas inéditas no Brasil -, a história é escrita por dois roteiristas que dominam como poucos os personagens: Roberto Recchioni (editor de DyD, aqui com a colaboração de Giulio Antonio Gualtieri) e Mauro Boselli (criador de Dampyr). É interessante perceber as diferenças não só entre as personalidades dos personagens, mas também na forma como os universos de ambos foram desenvolvidos. Enquanto Dylan se desenvolveu através de edições cativantes mas que pouco se apegam à cronologia, Dampyr possui uma abordagem mais rígida e e...

Review: Judas Priest – Invincible Shield (2024)

Um bom álbum pode ser um disco que experimenta novos caminhos, mas também um trabalho que é o oposto disso e entrega a sonoridade que não apenas os fãs estão esperando, mas que a própria banda domina. Seguindo esse raciocínio, uma banda veterana é incapaz de gravar um disco ruim, principalmente quando trabalha na segurança da linguagem que criou e sabe executar como poucos. Porém, se ela resolver sair da zona de conforto e experimentar novos caminhos, o risco é muito maior. O Judas Priest já se aventurou no passado alcançando tanto resultados discutíveis como Turbo (1986), desastrosos como Ram It Down (1988) e aclamados como Painkiller (1990). Invincible Shield , décimo nono trabalho da lendária banda inglesa, aposta na segurança e segue a mesma abordagem aplicada em seu antecessor, Firepower (2018). Ou seja, uma sonoridade que bebe doses cavalares dos melhores momentos que o Judas deu ao mundo em mais de meio século de carreira, embalada com timbres atuais e produção contemporân...