Review: Saxon – Power & The Glory (1983)


Quando se fala da New Wave of British Heavy Metal, os dois principais nomes citados são Iron Maiden e Saxon, e com justiça. Enquanto a turma de Bruce Dickinson e Steve Harris conquistou seu lugar entre as maiores, mais influentes e mais amadas bandas da história, o Saxon não alcançou uma dimensão tão gigantesca fora dos limites do metal. Extremamente fieis ao gênero, seguem na ativa a lançaram agora em 2024 o seu vigésimo quarto disco de estúdio, o celebrado Hell, Fire and Damnation. Mas este texto vai olhar para o passado e falar do quinto trabalho do grupo, que chegou às lojas em março de 1983.

Power & The Glory, que só havia sido lançado em vinil no Brasil, acabou de ganhar a primeira edição nacional em CD através da Wikimetal/BMG, e ela é especial porque traz, além das oito faixas originais, mais nove músicas extras. O CD vem em um lindo digipack com capa fosca e inclui encarte com 24 páginas com textos e as letras.

Historicamente, Power & The Glory marcou a estreia do baterista Nigel Glockler, no grupo até hoje. O quinteto era completado pelo lendário vocalista Biff Byford, os guitarristas Graham Oliver e Paul Quinn e o baixista Steve Dawson. Produzido por Jeff Glixman (Kansas, Black Sabbath, Gary Moore), o álbum é considerado por uma parcela dos fãs, incluindo o jornalista e escritor canadense Martin Popoff, como o melhor trabalho do Saxon. Preferências à parte, trata-se de um álbum muito forte que, apesar da produção um tanto anêmica, e tem em seu tracklist pelo menos dois dos maiores clássicos da banda britânica: a ótima música título e a fenomenal “The Eagle Has Landed”, que fecha o disco. Entre elas, canções marcantes como “Redline” (dona de um riff cativante), “Warrior”, o flerte com a então cada vez mais popular cena hard rock dos Estados Unidos em “Nightmare” e o arregaço de “This Town Rocks”.

Entre as faixas bônus temos duas canções gravadas durante as sessões do álbum e que não entraram no tracklist final. “Make ‘Em Rock” poderia figurar tranquilamente no disco, enquanto “Turn Out the Lights” é mais fraquinha. As demais sete canções extras são versões demos de músicas que entraram no álbum (“Power and The Glory”, “Midas Touch”, “Nightmare” e “Redline”), e mais três que ficaram de fora (a já citada “Turn off the Lights”, “Stand Up and Rock” e “Saturday Night”), todas as sete em versões mais cruas e mostrando as composições em processo de desenvolvimento, com pequenas mudanças em relação às versões finais.

Power & The Glory alcançou a décima quinta posição no UK Albums Charts e o número 1 na Suécia, Noruega, França e Alemanha, com vendas superiores a 1,5 milhões de cópias em todo o mundo. Um dos álbuns mais icônicos e aclamados do Saxon, responsável por tornar a banda ainda mais cultuada durante os anos dourados do metal e consolidar o grupo como uma das maiores referências do gênero.

Quem é fã, tem que ter!

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