Review: Motörhead – Snake Bite Love (1998)


Lançado em 10 de março de 1998, Snake Bite Love é o décimo quarto álbum do Motörhead e o segundo com a banda retomando a formação em trio após a saída do guitarrista Würzel. Do trabalho anterior, Overnight Sensation (1996), até Bad Magic (2015), a banda gravaria dez álbuns de estúdio com o clássico line-up Lemmy Kilmister, Phil Campbell e Mickey Dee, o mais longevo da carreira do grupo.

O interessante em Snake Bite Love é que ele entrega as pauladas características do Motörhead ao mesmo tempo em que traz a banda fazendo algumas experimentações. Ainda que as duas primeiras faixas, “Love For Sale” e “Dogs of War”, aparentem uma clara falta de criatividade ao reprisar de maneira pouco sutil o riff e as linhas vocais de “Deaf Forever”, presente em Orgasmatron (1986), Lemmy e companhia surpreendem ao incluir um solo de teclado em “Take to the Blame”, com a canção chegando a lembrar os momentos mais pesados do Deep Purple e do Uriah Heep. Outro momento que chama a atenção está em “Assassin”, com Mickey Dee conduzindo a banda com uma batida intrincada e Lemmy cantando um dos refrãos mais fortes do álbum. “Dead and Gone” mostra a banda em caminhos mais suaves, com Lemmy praticamente recitando a letra sobre um dedilhado de Phil Campbell, para depois a massa sonora característica da banda explodir com tudo. Já em “Joy of Labour”, uma espécie de blues infernal, o destaque vai para o solo de Campbell, que sai do convencional.

O álbum nunca havia sido lançado no Brasil e ganhou a sua primeira edição nacional apenas em 2024 através da Wikimetal, em uma bela versão slipcase com encarte de dezesseis páginas trazendo todas as letras.

Ainda que não seja o mais inspirado dos álbuns do Motörhead, Snake Bite Love mostra que a banda sempre conseguia brilhar e até mesmo surpreender em todos os seus discos. Com um legado monumental e uma discografia gigantesca, o trio liderado por Lemmy Kilmister foi e sempre será um bálsamo para os ouvidos de todo fã de rock. Garanta a sua dose com Snake Bite Love e comprove o quanto ouvir Motörhead transforma o seu dia!


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