Discos Fundamentais: Soilwork - Natural Born Chaos (2002)


Por João Renato Alves

Alguns estilos nos colocam em extremos quanto a seus representantes. Comigo, isso ocorre no famigerado Gothenburg Sound. Enquanto o In Flames é uma banda que não me agrada de jeito nenhum, considero o Soilwork uma das melhores coisas que surgiu nas últimas décadas. Aliás, não apenas eu. Muitas figuras destacadas na cena exaltam publicamente o talento dos suecos. O maior padrinho que a banda arrumou foi Rob Halford. Quando o Metal God elogiou o sexteto pela primeira vez, muitos resolveram correr atrás. Isso aconteceu na época do álbum A Predator’s Portrait, onde o grupo começou a definir suas idéeas musicais de uma vez por todas. Mal se imaginava que o passo de consagração seria dado logo em seguida.

A primeira grande surpresa para Natural Born Chaos foi o produtor. Ninguém menos que o louco de carteirinha Devin Townsend (Strapping Young Lad, Steve Vai) se colocou à disposição. Com esse verdadeiro bando de malucos reunido, o Soilwork lançou a obra-prima da suareira. Seu heavy metal cheio de groove e variações melódicas foi elevado a outro patamar. É até difícil rotular o que temos aqui. Alguns chamam de death metal melódico, mas particularmente, não concordo com essa descrição. O máximo de death que podemos observar são os vocais guturais, nada além. E eles são mesclados com vozes limpas, dando um clima excelente.

Todas as dez faixas são dignas de destaque. A escolha de “As We Speak” como single deve-se muito a sua melodia acessível e marcante, sem poupar no peso. Mas desde a abertura, com a agressiva “Follow the Hollow”, até o encerramento com a espetacular “Soilworker’s Song of the Damned” – com participação de Townsend –, tudo corre de forma sublime. Outra que perdura nos setlists das apresentações até hoje é “The Flameout”. Devin ainda participa de “Black Star Deceiver”, uma porrada na orelha de qualidade superior.

O sucesso de Natural Born Chaos levou a banda a realizar sua primeira excursão pelos Estados Unidos, além de shows em sua terra natal já como headliners. Reconhecimento justo para um dos conjuntos mais talentosos de sua geração. E a prova de que Rob Halford e tantos outros estavam mais do que certos ao apostar no Soilwork como uma estrela ascendente na cena metálica mundial. Fato comprovado com status que possuem atualmente, ainda lançando discos excelentes. Embora esse aqui, em minha opinião, continue sendo insuperável.


Faixas:
1 Follow the Hollow 4:02
2 As We Speak 3:42
3 The Flameout 4:18
4 Natural Born Chaos 4:07
5 Mindfields 3:29
6 The Bringer 4:43
7 Black Star Deceiver 4:41
8 Mercury Shadow 3:49
9 No More Angels 4:01
10 Soilworker's Song of the Damned 5:02

Comentários

  1. Excelente play! Concordo 100% com o texto, inclusive com relação ao rótulo que deram pra banda...nada a ver.
    O Soilwork está a anos luz de outras bandas do estilo e na minha opinião e a volta do Peter Wichers devolveu a banda a melodia que estava faltando nos ultimos lançamentos

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  2. Na minha opinião, Natural Born Chaos é um dos grandes clássicos da história do heavy metal. Só isso.

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