Paul McCartney, 71 anos

Em um texto antigo publicado no primeiro blog que criei (e que já está fora do ar), escrevi sobre como o nome Paulo era importante na minha vida. Meu pai se chama Paulo, e dois dos meus maiores ídolos também. Dois músicos que não só se tornaram referência no aspecto sonoro, mas também em minha vida pessoal: James Paul McCartney e Paul Bruce Dickinson.

Já assisti os dois ao vivo. Bruce em 2008, na Pedreira Paulo Leminski em Curitiba, na turnê Somewhere Back in Time. Na primeira música já estava sem voz. Na segunda, lágrimas escorriam pelo meu rosto.

Paul McCartney vi em 2012 aqui em Florianópolis, cidade onde moro desde 2010. Na beira do palco, há uns três metros de distância, com chuva na cara e o torpor característico dos sonhos se tornando realidade. Parecia irreal ver aquele cara ali na minha frente, um Beatle a poucos passos de mim. O show foi inesquecível como não poderia deixar de ser, um desfile impressionante de canções clássicas em mais de três horas em cima do palco.

Não lembro a primeira vez que ouvi Beatles, mas sei que desde a primeira audição fiquei fascinado pelas músicas compostas por Paul. John Lennon era mais revolucionário, mais inovador, mas foi a melodia onipresente das criações de Macca que conquistou o meu coração. Desconheço outro compositor com a capacidade de criar canções tão belas e tocantes, que mexam tanto com a gente, quanto Paul McCartney.

Um amigo, ao assistir ao mesmo show de Paul aqui em Floripa, afirmou com todas as forças que aquele cara em cima do palco não era um humano. Em suas palavras, tratava-se de um extra-terrestre. Não chego a tanto. Paul McCartney, na verdade, é não apenas um ícone. É a personificação da expressão “lenda vida”. Paul é um documento vivo do milagre que foram os Beatles. Sua presença entre nós, produzindo de maneira ativa e sempre procurando novos caminhos para a sua obra, é uma inspiração constante e um lembrete cotidiano de que jamais devemos nos acomodar. Se ele, que é Paul McCartney, talvez o maior músico vivo, não se dá por satisfeito com o que já fez e continua trabalhando e com a mente ativa, quem somos nós para ficar parados?

Hoje, 18 de junho de 2013, James Paul McCartney comemora 71 anos. Os outros dois Paulos o seguem de perto. Meu pai chegará aos 70 em março do ano que vem. Bruce fará 55 em agosto. E os três continuarão me inspirando, cada um à sua maneira, estando ou não aqui.

Parabéns, velho amigo, e obrigado por tudo.

Por Ricardo Seelig