Os cinco melhores discos de heavy metal lançados em outubro segundo o About.com

Quando Chad Bowar e a editoria de heavy metal do About.com divulgaram os cinco melhores discos de outubro, foi gratificante ver o Inquisition em primeiro. Uma banda de black metal que, ainda que atualmente esteja radicada nos Estados Unidos, teve origem na Colômbia.

Não há nada de pachequismo nisso. Ninguém quer dar uma de patriota, esse tipo de bobagem. Tampouco há síndrome de Pollyanna, em querer achar que está tudo bem e às mil maravilhas na América do Sul. Ressalto a indicação apenas porque vai ao encontro do que prezamos aqui na Collector's: música além do óbvio. Em qualquer lugar do mundo. E é bom ver que, por lá, também estão fazendo o mesmo.

Obscure Verses for the Multiverse é estupendo e mereceu o topo. Completam a lista os novos lançamentos de Skeletonwitch, Monolithe, Kill Devil Hill e Ihsahn.

E para você, quais os melhores discos do mês? Quais ficaram faltando?

Para ver as listas ao longo de 2013: setembro, agosto, julho, junho e maio (já na Collector's, com os comentários traduzidos); abril, março, fevereiro e janeiro (só no original do site).

1. Inquisition - Obscure Verses for the Multiverse

Dagon, do Inquisition, é, talvez em nível mundial, o melhor compositor de riffs desde James Hetfield e Jeff Hanneman. Seu estilo é distinto e tem a marca não apenas de um bom criador de canções, mas a de um músico único. Há fluxo e refluxo em seus riffs, um estilo que parece deslizar pelas cordas e se mostra, ao mesmo tempo, melódico, cativante e pontuado.

Com Obscure Verses for the Multiverse, o Inquisition mais uma vez criou de forma magistral um álbum que não apenas é um digno sucessor de Ominous Doctrines of the Perpetual Mystical Macrocosm (2011), mas um forte candidato a disco do ano.

2. Skeletonwitch - Serpents Unleashed

Serpents Unleashed é o trabalho mais forte do Skeletonwitch até agora. Os irmãos Garnette e cia percorreram um longo caminho desde suas raízes thrash/black e as ampliaram com a evolução no processo de composição mostrada desde Forever Abomination (2011).

Adicionando um pouco mais de melodia ao seu arsenal, ao mesmo tempo em que mantém a ferocidade do ataque, o Skeletonwitch alcançou o que muitas bandas buscam a cada novo lançamento, mas falham: superar as expectativas dos fãs. Serpents Unleashed é potente e tem o valor de replay que exige ser tocado no volume máximo ao longo dos próximos meses e anos, não apenas em 2013.

3. Monolithe - Monolithe IV

Os franceses do Monolithe exploram um terreno baldio musical bastante ambicioso. Eles focam na origem da humanidade. Monolithe I começou em 2003 esse ciclo conceitual, que continuou através de Monolithe II (2005) e Monolithe III (2012). Um ano depois do último trabalho, chega Monolithe IV. Cada um dos quatro álbuns consiste em uma única música com média de 52 minutos de duração. Toda a Nona Sinfonia de Beethoven dura 72 minutos. Beethoven não é ruim. Monolithe é transcendente.

Nenhuma banda na história jamais fez uma obra-prima tão ativa, contemporânea, natural e verdadeira sobre a morte. Monolithe IV é uma experiência envolvente, uma meditação de metal contada por meio da genialidade de Sylvain Bégot e seus companheiros. Interlúdios interrompem o monólogo de guitarras, cordas, vocais e bateria, mas são apenas engates nesta magnífica marcha fúnebre rumo à eternidade.

4. Kill Devil Hill - Revolution Rise

O que define o Kill Devil Hill para além de muitas bandas menores é que eles sabem como escrever canções que não apenas agitam como um animal, mas também têm a ressonância emocional necessária. Eles mantêm a música com um refino elegante e clássico por sabiamente evitarem uma abordagem de composição universal ao rock.

Ironicamente, as estrelas do show não são Vinnie Appice e Rex Brown, mas o vocalista Jason Bragg (ex-Pissing Razors) e o guitarrista Mark Zavon (ex-W.A.S.P.). Habilmente tocado, produzido de forma imaculada, pegajoso (mas não brega) e com ricas texturas, Revolution Rise é um monstro de álbum.

5. Ihsahn - Das Seelenbrechen

Quinto álbum solo de Ihsahn, Das Seelenbrechen é uma espécie de despedida de seus trabalhos anteriores. E uma despedida consciente. O frontman do Emperor chama isso de "um passo lateral deliberado" e "uma necessidade de redefinir os parâmetros criativos de modo a não cair em uma simples fórmula". Só que certamente há inúmeros elementos de seus outros discos, e o que ele faz é apenas empurrar ainda mais seus próprios limites.

Algumas partes do álbum são improvisadas, o que cria uma sensação de desconhecimento e de não saber exatamente o que está por vir. Sempre há tensão, mesmo nas partes mais suaves das canções. Das Seelenbrechen não é um disco confortável. Ele é desafiador, às vezes confuso e intrigante, mas definitivamente gratificante.

Por Guilherme Gonçalves

Comentários

  1. Porra, sério que escreveram isso "Dagon, do Inquisition, é, talvez em nível mundial, o melhor compositor de riffs desde James Hetfield e Jeff Hanneman." ?

    Esses pessoal do About.com é muito tr00 haha

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