Fates Warning: crítica de Darkness in a Different Light (2013)
Marcelo Vieira
sexta-feira, outubro 04, 2013
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Para provar que quem foi rei nunca perde a majestade, um novo capítulo é aberto na história do Fates Warning. Darkness in a Different Light é o seu 11º álbum de estúdio e conta com a que talvez seja a melhor line up até agora, trazendo a estreia do monstruoso Bobby Jarzombek na bateria, no lugar de Mark Zonder.
Não é de hoje que o grupo, um dos precursores do metal progressivo, aposta em músicas mais acessíveis ao grande público, que nem sempre consegue (ou tem saco) para digerir quebradas que fogem da obviedade e passagens instrumentais que parecem não ter fim. A sonoridade, em linhas gerais, é pesada, e o modo de execução, impecável.
A voz de Ray Alder continua belíssima, mas já sente a idade pesar. De maneira digna, o vocalista não vai além do limite imposto pelo passar dos anos e se adequa com talento e emoção. A banda, por sua vez, sob a batuta do exímio guitarrista e produtor Jim Matheos, encontrou a fórmula ideal de encaixar instrumental e voz de modo a não parecer que seu vocalista não mais detém a potência de outrora.
"Firefly" e "I Am", coincidente as primeiras a serem liberadas para audição pelo público, são de longe os momentos mais "comerciais" — se é que a cartilha do metal progressivo permite o uso desse termo. A estrutura é semelhante em ambas, com foco total nos refrões e sucesso em fazer a cabeça balançar pra frente e pra trás. Uma pegada mais sombria a la A Pleasant Shade of Gray dá as caras em "Lighthouse" e Alder rouba a cena com uma interpretação visceral.
"Into the Black" coloca a bateria em primeiríssimo plano e enfatiza o casamento perfeito entre Jarzombek e Joey Vera, que, vamos combinar, está no Olimpo dos baixistas do metal. "O Chloroform" promete ser a favorita da molecada que aprecia uma complexidade musical, enquanto o violão, instrumento tão querido por Matheos e seu companheiro Frank Aresti, tem esplendorosa participação em "Falling", um prelúdio acústico para a pedrada "I Am", e "And Yet It Moves", a mais longa do álbum — 14 minutos que por si só já valeriam todo o investimento (ou download) e que asseguram Darkness in a Different Light entre os destaques de 2013.
Nota 9,0
1. One Thousand Fires
2. Firefly
3. Desire
4. Falling
5. I Am
6. Lighthouse
7. Into The Black
8. Kneel And Obey
9. O Chloroform
10. And Yet It Moves
Por Marcelo Vieira
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