Por Luiz Fernando M. Fustini
Colecionador
Hoje cedo eu vim trabalhar, mas antes de sair de casa carreguei meu iPod com alguns álbuns que eu encontrei pela frente em meu quarto. Até que não dá muito trabalho converter os CDs para MP3, porém é uma tarefa meio “massante”, mas ao mesmo tempo necessária, para alegrar o árduo expediente. Um dos discos escolhidos foi este “The New Order” do Testament, que é considerado um grande clássico do thrash metal. Méritos? Todos!
Sou meio suspeito para falar do Testament, pois tenho e gosto de todos os álbuns de estúdio do grupo (inclusive o mal-falado “Demonic”), porém este daqui se destaca pela quantidade de clássicos existentes em um único registro. Parece até coletânea.
O Testament sempre me lembrou muito o Metallica dos primórdios (fase Cliff Burton), principalmente no que diz respeito às melodias muito bem trabalhadas pela dupla de guitarristas Alex Skolnick e Eric Peterson. Vale destacar que em momento algum se perde o peso, pelo contrário, tem pancadaria de sobra aqui para deixar a molecada fã do “Master of Puppets” de queixo caído. E claro, foram diretamente influenciados pelo Metallica, até porque eles são da mesma região da California, a famosa “Bay Area”, de onde surgiram também Exodus, Megadeth, Heathen, Forbidden, Vio-lence, Death Angel e uma infinidade de outras bandas. Aliás, considero o movimento thrash da Bay Area tão importante e influente quanto a New Wave of British Heavy Metal.
Voltando ao assunto, ou seja, a pedrada “The New Order”, o arregaço já começa pela clássica capa com uma espécie de alma em forma de caveira saindo do planeta Terra, deixando a mensagem de que nosso habitat natural está cada vez mais com os dias contados.
Quanto às faixas eu destacaria ... todas!!! O disco inicia com “Eerie Inhabitants”, com uma introdução sutil, um dedilhado à la “Fight Fire With Fire” (lembram de quem?) que logo em seguida dá espaço a uma rifferama de entortar o pescoço do mais cético dos fãs de metal. Na seqüência, o vocalista Chuck Billy emenda “A world of chaos! A world of fear! A world of anger and curruption...”, que já dá uma idéia que o papo aqui não é sobre amor nem dragões e sim sobre um mundo injusto e consumido pelo caos e pela ganância desenfreada de seus governantes.
Logo em seguida o pau come solto com uma das trincas mais fodidas da história do thrash: “The New Order”, “Trial by Fire” e “Into the Pit”. Sem palavras para descrever o impacto disso tudo na cabeça do ouvinte. São riffs imortais, imorais, assassinos. Sair vivo de um show do Testament após ouvir essa trinca é uma tarefa para o Rambo. É riff atrás de riff, palhetada atrás de palhetada, solos magníficos, refrãos grudentos (ou você nunca ficou berrando “Hey! This is what the people say!” enquanto ouvia “Trial by Fire”?), ou seja, é thrash metal em sua mais pura essência, feito por quem realmente manja do assunto.
Para acalmar os ânimos vem a bela instrumental “Hypnosis”, com excelentes solos de Alex Skolnick. E quando você imagina que irá continuar respirando a coisa pega fogo novamente com “Disciples of the Watch” e “The Preacher” (minha favorita). Se você ainda tinha pescoço, bem ... nesse momento eu garanto que você não terá mais! Muito cuidado para não enfiar a cabeça na parede ao ouvir essas pérolas.
Com muita personalidade e talento vem “Nobody’s Fault”, um excelente cover do Aerosmith (da época em que eles tocavam hard rock de qualidade e não essas baladas melosas e chatíssimas compostas para a MTV). E, para fechar com chave de diamante essa obra-prima (porra, tem mais?!), ainda há tempo para mais um mosh em “A Day of Reckoning” e o direito ao descanso eterno na linda instrumental “Musical Death (A Dirge)”. O nome da última faixa é bem apropriado, já que nesse momento você provavelmente se encontrará sem pulso.
Em suma, “The New Order” é uma aula completa de thrash metal, talento que transborda, principalmente do monstro das seis cordas Alex Skolnick (o que esse cara toca é sacanagem). Se você ainda não tem esse petardo, então está esperando o quê?! Compre logo, ouça e fique com os bagos doloridos durante dias. E, quando pararem de doer, castigue-os novamente com outros clássicos como “The Legacy”, “Practice What You Preach” e “The Gathering” (a formação deste parece o “dream team” do thrash).
Ah, não deixe de conferir também “The Formation of Damnation”, novo lançamento do grupo, de 2008, com a volta da formação original, exceto o batera, mas calma que o Paul Bostaph (ex-Forbidden, ex-Slayer) está aí surrando o instrumento. Chuck Billy não só se curou do maldito câncer como também produziu um dos álbuns mais espetaculares do ano.
Quem é rei nunca perde a majestade. Long Live Testament!
”Listen to these words I preach. Catastrophic lessons they shall teach.” – The Preacher
Formação:
Chuck Billy – vocal
Eric Peterson – guitarra
Alex Skolnick – guitarra
Greg Christian – baixo
Louie Clemente – bateria
Faixas:
1. Eerie Inhabitants
2. The New Order
3. Trial by Fire
4. Into the Pit
5. Hypnosis
6. Disciples of the Watch
7. The Preacher
8. Nobody’s Fault (Aerosmith cover)
9. A Day of Reckoning
10. Musical Death (A Dirge)
cara, fui numa loja de discos daqui de vitoria esses dias e dinha esse vinil lá.. fiquei na duvida se levava ou nao, mas como a grana era curta acabei optando por outros, tomara que quando ou volte esses disco ainda esteje lá.
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