Não
existe gênero mais inquieto que o heavy metal. Para comprovar essa
afirmação, basta perceber a infinidade de subgêneros em que o
estilo se reinventa a cada dia. Desde sua origem, lá em 13 de
fevereiro de 1970 - uma sexta-feira 13, diga-se de passagem - com o
lançamento do primeiro álbum do Black Sabbath, até o momento em
que você está lendo este texto, o metal viu nascer as mais
extremas, criativas e curiosas variações. É praticamente
impossível listar todos os estilos em um só texto, então vou me
ater aos principais gêneros da música pesada, em um guia que serve
de porta de entrada para cada estilo.
Os
discos indicados em cada gênero não têm a pretensão de serem
apontados como os melhores de cada estilo, mas sim os que julgo mais
adequados para conhecer e ter contato com cada uma das facetas do
rico universo do heavy metal. Além disso, procurei indicar apenas um
álbum de cada banda em cada estilo, então é por isso que tal álbum
está aqui e outro não, ok? Além disso, algumas bandas se
aventuraram por gêneros variados em suas carreiras, e por isso
constam como referência em estilos distintos.
Um
detalhe: o metal tradicional não consta aqui porque, afinal de
contas, trata-se do heavy metal como o conhecemos - como o próprio
nome diz, “normal” -, aquele que fez surgir todos os outros e que
não precisa de maiores explicações.
Reforçando
então: este é apenas um guia para quem quer conhecer os vários
gêneros do metal. Em nenhum momento o objetivo foi criar um texto
definitivo, até porque, para isso, seria necessária uma pesquisa
muito mais intensa e profunda da que foi utilizada aqui.
Então,
mergulhe comigo no maravilhoso e apaixonante universo do heavy metal!
Avant-Garde
Metal
Alguns
críticos utilizam o termo “metal experimental” para esse estilo,
que surgiu na Europa central na metade dos anos oitenta. Como o
próprio nome indica, é aplicado para definir o som de bandas de
vanguarda, que experimentam possibilidades dentro do heavy metal.
Frequentemente,
a música dessas bandas não é compreendida de imediato pela grande
maioria dos ouvintes devido à estrutura das composições,
geralmente fora do padrão convencional.
Pioneiros:
Mr. Bungle, Alboth!, Faxed Head, Old.
Audição
recomendada:
Mr.
Bungle – Mr. Bungle (1991)
Old
– Lo Flux Tube (1991)
Sigh
– Hail Horror Hail (1997)
Fantômas
– Fantômas (1999)
Arcturus
– The Sham Mirrors (2002)
Meshuggah
– Nothing (2002)
Diablo
Swing Orchestra – Sing Along Songs for the Damned &
Delirious (2009)
Devin
Townsend – Deconstruction
(2011)
Black
Metal
Gênero
que se caracteriza pelo uso de letras satânicas e que cultuam o
demônio aliadas a uma produção rústica, que resulta em uma
sonoridade propositadamente crua.
Apesar
de algumas bandas já explorarem temas satânicos nos anos setenta, o
black metal como gênero propriamente dito teve origem com o Venom,
grupo inglês que influenciou profundamente o estilo.
Na
segunda metade da década de 80 e início da de 90, uma geração de
bandas formadas por jovens noruegueses levou o estilo além com
álbuns que hoje são considerados clássicos. Além disso, esses
jovens não ficaram só nas letras que escreviam para as suas
composições, mas também colocaram em prática a sua crença,
queimando igrejas históricas por toda Noruega.
Hoje,
o black metal incorporou diversos elementos em sonoridade,
notadamente góticos e sinfônicos, e uma parcela considerável de
grupos do gênero não faz mais uso de produções pobres, muito pelo
contrário, visto a exuberância dos trabalhos recentes do Dimmu
Borgir, por exemplo.
O
aspecto visual sempre foi muito importante no black metal. O corpse
paint, maquiagem que imitava um cadáver, foi popularizada pelas
bandas norueguesas e evoluiu para maquiagens e figurinos muito mais
elaborados atualmente, dando um aspecto teatral para o gênero.
Pioneiros:
Venom, Hellhammer, Bathory, Sarcófago, Mayhem.
Audição
recomendada:
Venom
– Black Metal (1982)
Hellhammer
– Apocalyptic Raids (1984)
Bathory
– Under the Sign of the Black Mark (1987)
Sarcófago
– INRI (1987)
Darkthrone
– A Blaze in the Northern Sky (1992)
Immortal
– Pure Holocaust (1993)
Dissection
– The Somberlain (1993)
Mayhem
– De Mysteriis Dom Sathanas (1994)
Burzum
– Hvis lyset tar oss (1994)
Emperor
– In the Nightside Eclipse (1994)
Dimmu
Borgir – Enthrone Darkness Triumphant (1997)
Death
Metal
O
death metal surgiu nos Estados Unidos na metade da década de
oitenta, quando um grupo de bandas naturais, em sua maioria, da
Flórida, e influenciadas por Slayer e Kreator, tornaram a sua música
ainda mais agressiva e violenta da que a praticada por estes dois
ícones do thrash metal.
A
sonoridade extrema do death metal tem algumas características-chaves,
como a bateria extremamente veloz (os chamados blast beats),
guitarras com afinações mais baixas, acordes em progressão
cromática e vocais guturais. As letras geralmente abordam temas
sombrios, violentos e anti-religiosos.
Pioneiros:
Death, Possessed, Morbid Angel, Sepultura.
Audição
recomendada:
Possessed
– Seven Churches (1985)
Death
– Leprosy (1988)
Morbid
Angel – Altars of Madness (1989)
Carcass
– Symphonies of Sickness (1989)
Sepultura
– Beneath the Remains (1989)
Obituary
– Cause of Death (1990)
Dismember
– Like an Ever Flowing Stream (1991)
Entombed
– Clandestine (1991)
Deicide
– Legion (1992)
Vader
– De Profundis (1995)
Immolation
– Close to a World Below (2000)
Krisiun
– Conquerors of Armageddon (2000)
Death
Metal Melódico
O
death metal melódico teve a sua origem quando, no início da década
de 90, algumas bandas suecas começaram a acrescentar grandes doses
de melodia na agressividade característica do death. Isso fez surgir
o termo “Gothenburg Sound” para caracterizar estes grupos, em sua
grande maioria naturais dessa cidade e arredores.
Os
vocais se alternam entre passagens guturais e limpas, e as guitarras
apresentam elementos do metal tradicional nas melodias e nos solos.
Pioneiros:
Carcass, Dark Tranquillity, At the Gates, In Flames.
Audição
recomendada:
Carcass
– Heartwork (1993)
Dark
Tranquillity – The Gallery (1995)
At
the Gates – Slaughter of the Soul (1995)
In
Flames – Whoracle (1997)
Children
of Bodom – Hatebreeder (1999)
Soilwork
– Natural Born Chaos (2002)
Kalmah
– They Will Return (2002)
Arch
Enemy – Anthems of Rebellion (2003)
Mercenary
– The Hours That Remain (2006)
Scar
Symmetry – Pitch Black Progress (2006)
Doom
Metal
Com
um andamento lento e arrastado e doses generosas de peso, o doom
metal tem como uma de suas principais características a atmosfera
que as suas músicas procuram criar, passando a sensação de
angústia e desespero para o ouvinte. A baixa afinação das
guitarras também é outro elemento importante no gênero. As letras
geralmente exploram temas como tristeza, depressão, medo e
sofrimento, resultando em um painel perturbador.
As
raízes do estilo estão no início dos anos 70, nos primeiros discos
do Black Sabbath, principalmente no álbum Master of Reality
(1971). Nos anos 80, bandas europeias transformaram o que era apenas
uma das características do som do Black Sabbath em um gênero
próprio. Nomes como Witchfinder General, Candlemass, Pentagram,
Saint Vitus e Trouble desenvolveram o estilo com discos que hoje são
considerados clássicos.
Uma
nova geração de grupos como My Dying Bride, Cathedral e Electric
Wizard renovou o doom nos anos 90, e hoje o estilo mantém-se vivo e
pulsante, com uma legião de fãs em todo o mundo.
Pioneiros:
Black Sabbath, Pentagram, Witchfinder General, Saint Vitus, Trouble,
Candlemass.
Audição
recomendada:
Black
Sabbath – Master of Reality (1971)
Witchfinder
General – Death Penalty (1982)
Trouble
– Psalm 9 (1984)
Saint
Vitus – Saint Vitus (1984)
Candlemass
– Epicus Doomicus Metallicus (1986)
Pentagram
– Day of Reckoning (1987)
Cathedral
– The Ethereal Mirror (1993)
My
Dying Bride – The Angel and the Dark Ride (1995)
Electric
Wizard – Dopethrone (2000)
Folk
Metal
O
folk metal surgiu na Europa no início da década de 1990, quando
algumas bandas começaram a unir elementos e características da
música folclórica de seus países de origem ao heavy metal que
praticavam.
O
uso de instrumentos como violino, flauta, acordeão e outros pouco
comuns à música pesada fazem com que o folk metal soe de maneira
única. Isso, aliado às melodias baseadas, em alguns casos, em
canções centenárias e o uso de idiomas locais, torna o som
inegavelmente interessante.
Nos
últimos anos, uma nova geração de bandas vindas da leste europeu,
cujo principal expoente são os israelenses do Orphaned Land, têm
levado o gênero a um novo nível.
Pioneiros:
Skyclad, Mägo de Oz, Cruachan, Isengard.
Audição
recomendada:
Cruachan
– Thuata na Gael (1995)
Skyclad
– Oui Avant-Garde á Chance (1996)
Mägo
de Oz – La Leyenda de La Mancha (1998)
Moonsorrow
– Voimasta ja kunniasta (2001)
Ensiferum
– Ensiferum (2001)
Orphaned
Land – Mabool: The Story of the Three Sons of Seven (2004)
Finntroll
– Nattfödd (2004)
Korpiklaani
– Voice of Wilderness (2005)
Suidakra
– Caledonia (2006)
Eluveitie
– Spirit (2006)
Turisas
– The Varangian Way (2007)
Myrath
– Desert Call (2010)
Gothic
Metal
O
gothic metal surgiu no início dos anos 1990 quando algumas bandas
inglesas, finlandesas, alemãs, italianas e norueguesas começaram a
inserir elementos do rock gótico dos anos 80 em seu som.
Tendo
como principal característica a melancolia e os vocais extremamente
graves, o gothic metal passou a ser associado erroneamente, nos
últimos anos, com bandas com vocais femininos operísticos.
As
raízes do gêneros estão nos primeiros trabalhos de grupos como
Paradise Lost, Type O Negative, Tiamat, Lacrimosa e Theatre of
Tragedy – banda norueguesa que foi uma das pioneiras no uso do
contraste entre vozes masculinas guturais e belos vocais femininos.
Pioneiros:
Paradise Lost, Type O Negative, Lacrimosa, Tiamat, Theatre of
Tragedy.
Audição
recomendada:
Type
O Negative – Bloody Kisses (1993)
Tiamat
– Wildhoney (1994)
Paradise
Lost – Draconian Times (1995)
The
Gathering – Mandylion (1995)
Moonspell
– Wolfheart (1995)
Sentenced
– Down (1996)
Theatre
of Tragedy – Aégis (1998)
Tristania
– Widow's Weeds (1998)
Lacrimosa
– Elodia (1999)
Grindcore
Na
metade dos anos oitenta, bandas inglesas como Napalm Death e Carcass
começaram a executar um som extremíssimo, que unia elementos do
thrash e speed metal com o hardcore.
Com
andamentos rapidíssimos – a popularização dos blast beats veio
daqui – e vocais urrados e frequentemente ininteligíveis, o
grindcore se caracteriza por composições curtas e violentas e
letras que falam de temas polêmicos como podridão, cadáveres,
canibalismo e a fisiologia humana.
Pioneiros:
Napalm Death, Carcass, Macabre, Pungent Stench, Terrorizer.
Audição
recomendada:
Napalm
Death – Scum (1987)
Carcass
– Symphonies of Sickness (1989)
Repulsion
– Horrified (1989)
Terrorizer
– World Downfall (1989)
Pungent
Stench – For God Your Soul … For Me Your Flesh (1990)
Cannibal
Corpse – Tomb of the Mutilated (1992)
Brutal
Truth – Extreme Conditions Demand Extreme Responses (1992)
Macabre
– Sinister Slaughter (1993)
Pig
Destroyer – Prowler in the Yard (2001)
Groove
Metal
No
início dos anos noventa, bandas como Pantera e Sepultura deram uma
ênfase maior para o groove em suas composições, que tinham riffs
mid-tempo semelhantes aos do thrash metal, mas ritmos menos velozes
que os do thrash.
O
estilo ganhou força anos últimos anos, principalmente pelo fato de
nomes clássicos como Exodus e Anthrax terem explorado
características do gênero em seus trabalhos mais recentes.
Pioneiros:
Pantera, Sepultura, Prong, White Zombie, Machine Head.
Audição
recomendada:
Pantera
– Vulgar Display of Power (1992)
White
Zombie – La Sexorcisto: Devil Music, Vol 1 (1992)
Sepultura
– Chaos A.D. (1993)
Machine
Head – Burn My Eyes (1994)
Grip
Inc. - Solidify (1999)
Lamb
of God – As the Palaces Burn (2003)
Chimaira
– Chimaira (2005)
DevilDriver
– Pray for Villains (2009)
Metal
Alternativo
O
termo surgiu na segunda metade da década de 80 para definir algumas
bandas que misturavam o peso do heavy metal com outros gêneros
musicais como o funk (Primus, Faith No More, Bad Brains, Fishbone),
hip-hop (Rage Against the Machine) e grunge (Soundgarden).
Nos
anos 90, essa definição evoluiu para o chamado “nu metal”,
aplicado ao então efervescente cenário de novos grupos
norte-americanos. Apesar disso, algumas bandas atuais como o System
of a Down ainda são classificadas como heavy metal alternativo.
Pioneiros:
Mother's Finest, Bad Brains, Faith No More, Primus.
Audição
recomendada:
Primus
– Frizzle Fry (1990)
Prong
– Prove You Wrong (1991)
Soundgarden
– Badmotorfinger (1991)
Faith
No More – Angel Dust (1992)
Rage
Against the Machine – Rage Against the Machine (1992)
Helmet
– Meantime (1992)
Tool
– Aenima (1996)
Deftones
– White Pony (2000)
System
of a Down – Toxicity (2001)
Metal
Industrial
A
união do heavy metal com elementos do rock industrial e da música
eletrônica surgiu no final da década de oitenta. O uso de
sinterizadores, samplers e baterias eletrônicas é uma constante,
assim como as guitarras afinadas em tons mais baixos e riffs
cíclicos, que se repetem infinitamente ao longo das faixas. Os
vocais geralmente são distorcidos, o que dá um clima ainda mais
extremo para a música.
Pioneiros:
Ministry, Godflesh, Fear Factory
Audição
recomendada:
Ministry
– The Land of Rape and Honey (1988)
Godflesh
– Streetcleaner (1989)
Nailbomb
– Point Blank (1994)
Strapping
Young Lad – Alien (1995)
Fear
Facture – Demanufacture (1995)
Marilyn
Manson – Antichrist Superstar (1996)
Rob
Zombie – Hellbilly Deluxe (1998)
Rammstein
– Mutter (2001)
Metal
Neo-Clássico
Este
gênero surgiu durante os anos setenta, quando Ritchie Blackmore,
guitarrista do Deep Purple, fundou o Rainbow e extravasou a sua
paixão pela música clássica. Na década de oitenta, o sueco Yngwie
Malmsteen levou o estilo além, criando as suas composições tendo
como ponto de partida a música clássica ao invés do heavy metal.
O
gênero sempre teve como instrumento dominante a guitarra, através
de guitar heros que exploravam a sua técnica avantajada em
composições repletas de melodia e arranjos complexos. O uso de
arpegios, contrapontos e vibratos, além da velocidade com que as
notas são tocadas, são algumas das principais características do
estilo.
Pioneiros:
Rainbow, Yngwie Malmsteen, Jason Becker
Audição
recomendada:
Rainbow
– Rising (1976)
Yngwie
Malmsteen – Rising Force (1984)
Vinnie
Moore – Mind's Eye (1987)
Tony
MacAlpine – Maximum Security (1987)
Cacophony
– Speed Metal Symphony (1987)
Jason
Becker – Perpetual Burn (1988)
Impellitteri
– Grin and Bear It (1992)
Narnia
– Awakening (1998)
Metalcore
O
metalcore combina o heavy metal e o punk em composições cheias de
quebras e mudanças de andamento, além do uso expressivo da
dissonância. Os vocais se alternam entre guturais e vozes limpas,
essas últimas geralmente nos refrões.
O
gênero surgiu no início dos anos 90, mas ganhou notoriedade apenas
no final da década, quando uma nova geração de bandas
norte-americanas projetou o metalcore para o mundo.
Pioneiros:
Converge, Earth Crisis, Iconoclast
Audição
recomendada:
Converge
– Jane Doe (2001)
Killswitch
Engage – Alive or Just Breathing (2002)
Shadows
Fall – The Art of Balance (2002)
Between
the Buried and Me – The Silent Circus (2003)
Lamb
of God – Ashes of the Wake (2004)
Heaven
Shall Burn – Antigone (2004)
Trivium
– Ascendancy (2005)
The
Human Abstract – Nocturne (2006)
All
That Remains – The Fall of Ideas (2006)
Darkest
Hour – Deliver Us (2007)
Protest
the Hero – Fortress (2008)
Every
Time I Die – Ex Lives (2012)
New
Wave of British Heavy Metal
No
final dos anos 70, uma geração de novas bandas surgiu na Inglaterra
e mudou para sempre o rumo do heavy metal. Afastando o metal de suas
raízes do blues e investindo em grandes doses de melodia e guitarras
gêmeas, nomes como Iron Maiden, Tygers of Pan Tang, Saxon e outros
criaram a base na qual todo o heavy metal dos anos oitenta se
desenvolveu.
Com
temas épicos e vocais altos, o termo NWOBHM foi criado primeiramente
para definir a origem destes novos grupos e não um estilo musical
próprio. Porém, com o passar dos anos, a sonoridade forte e cheio
de personalidade dos principais nomes do movimento, como Maiden,
Saxon, Blizkrieg e Diamond Head, acabou sendo definida como o som
característico da New Wave of British Heavy Metal.
Pioneiros:
Iron Maiden, Angel Witch, Saxon, Diamond Head, Tygers of Pan Tang.
Audição
recomendada:
Iron
Maiden – Iron Maiden (1980)
Angel
Witch – Angel Witch (1980)
Diamond
Head – Lightning to the Nations (1980)
Saxon
– Wheels of Steel (1980)
Samson
– Head On (1980)
Quartz
– Stand Up and Fight (1980)
Def
Leppard – High 'n' Dry (1981)
Tygers
of Pan Tang – Spellbound (1981)
Raven
– Rock Until You Drop (1981)
Demon
– Night of the Demon (1981)
Tokyo
Blade – Tokyo Blade (1983)
Jaguar
– Power Games (1983)
Tank
– This Means War (1983)
Blitzkrieg
– A Time of Changes (1985)
Nu
Metal
Também
chamado de new metal, surgiu nos Estados Unidos em meados da década
de noventa, quando uma leva de bandas começou a dar uma ênfase
muito maior ao ritmo e ao peso em suas composições.
A
guitarra deixou de ser usada para criar melodias e solos, e passou a
ser quase exclusivamente um instrumento rítmico. Baixo e bateria
pegaram elementos do funk e hip-hop e uniram ao peso, privilegiando o
groove. Os vocais também passaram por uma grande mudança, sendo
mais falados e declamados, contrastando com as linhas vocais
tradicionais do heavy metal. Além disso, as vozes, em sua maioria,
são sempre agressivas e até mesmo guturais.
A
produção tem um papel importante no estilo, com o uso de efeitos e
outros elementos para ambientação da música.
Vários
pesquisadores apontam o álbum Roots, lançado pelo Sepultura
em 1996, como o marco zero do estilo.
Pioneiros:
Korn, Deftones, Limp Bizkit, Slipknot, Coal Chamber.
Audição
recomendada:
Sepultura
– Roots (1996)
Deftones
– Around the Fur (1997)
Soulfly
– Soulfly (1998)
Korn
– Follow the Leader (1998)
Slipknot
– Slipknot (1999)
Linkin
Park – Hybrid Theory (2000)
Sevendust
– Animosity (2001)
Power
Metal
Combinando
elementos do metal tradicional e do thrash metal, o power metal
surgiu na Europa no início dos anos oitenta. Era uma música rápida,
baseada na melodia e na harmonia entre os instrumentos. É bastante
comum também os grupos do gênero inserirem elementos sinfônicos em
suas composições, tornando-as ainda mais pomposas. Liricamente, as
letras exploram temas repletos de fantasia ou buscam inspiração na
mitologia.
No
Brasil, o termo ficou mais conhecido como “metal melódico”.
Pioneiros:
Helloween, Blind Guardian, Virgin Steele, Running Wild.
Audição
recomendada:
Virgin
Steele – Noble Savage (1986)
Helloween
– Keeper of the Seven Keys Part II (1988)
Running
Wild – Death or Glory (1989)
Viper
– Theatre of Fate (1989)
Angra
– Angels Cry (1993)
Gamma
Ray – Land of the Free (1995)
Blind
Guardian – Imaginations From the Other Side (1995)
Grave
Digger – Tunes of War (1996)
Stratovarius
– Visions (1997)
Edguy
– Mandrake (2001)
Avantasia
– The Metal Opera (2001)
Masterplan
– Masterplan (2003)
Kamelot
– The Black Halo (2005)
Prog
Metal
Como
o nome diz, é a união do heavy metal com o rock progressivo,
gerando composições longas, intrincadas e repletas de peso. A
técnica dos instrumentistas é uma característica onipresente, com
músicos que são, de modo geral, referências em seus instrumentos.
Liricamente, as letras exploram temas mais intelectualizados, com
vocalistas que, de modo geral, cantam em timbres altos e fazem uso de
vocalizações operísticas.
Pioneiros:
Fates Warning, Dream Theater, Crimson Glory, Queensrÿche
Audição
recomendada:
Fates
Warning – Awaken the Guardian (1986)
Queensrÿche
– Operation: Mindcrime (1988)
Crimson
Glory – Transcendence (1988)
Dream
Theater – Images and Words (1992)
Savatage
– Edge of Thorns (1993)
Symphony
X – The Divine Wings of Tragedy (1997)
Conception
– Flow (1997)
Shadow
Gallery – Gallery (1998)
Evergey
– In Search of Truth (2001)
Pain
of Salvation – Remedy Lane (2002)
Ayeron
– The Human Equation (2004)
Sludge
No
final da década de oitenta, algumas bandas começaram a unir os
andamentos mais lentos e a atmosfera sombria do doom metal com a
violência e os vocais agressivos do hardcore e do punk.
Grupos
como Crowbar e Corrosion of Conformity pavimentaram o caminho sobre o
qual o gênero, cada vez mais popular, se desenvolveu ao longo dos
anos.
Pioneiros:
Crowbar, Melvins, Corrosion of Conformity
Audição
recomendada:
Corrosion
of Conformity – Blind (1991)
Melvins
– Houdini (1993)
Down
– NOLA (1995)
Crowbar
– Broken Glass (1996)
Neurosis
– Through Silver in Blood (1996)
Isis
– Oceanic (2002)
Cult
of Luna – The Beyond (2003)
High
on Fire – Blessed Black Wings (2005)
Stoner
Colocando
em um mesmo caldeirão elementos do doom metal, do rock psicodélico
e do blues rock, o stoner é um gênero que se destaca pela melodia e
pelo peso. O baixo tem um papel importante, sempre em destaque,
fazendo a cama sobre a qual os riffs de guitarra se desenvolvem.
Liricamente, um dos temas mais explorados pelas bandas é o culto a
maconha.
Com
uma sonoridade que remete aos anos setenta, os grupos do estilo
costuman agradar os fãs dos mais variados gêneros da música
pesada.
Pioneiros:
Kyuss, Spiritual Beggars, Fu Manchu, Corrosion of Conformity
Audição
recomendada:
Kyuss
– Blues for the Red Sun (1992)
Corrosion
of Conformity – Deliverance (1994)
Orange
Goblin – Frequencies From the Planet Ten (1997)
Spiritual
Beggars – Ad Astra (2000)
Grand
Magus – Wolf's Return (2005)
Church
of Misery – Houses of the Unholy (2009)
Symphonic
Metal
Heavy
metal temperado com elementos da música clássica. O uso de
instrumentos sinfônicos torna as composições geralmente mais
épicas, além de grandiosas. O estilo surgiu na primeira metade da
década de 90, e se popularizou e evoluiu com os anos.
Hoje,
o uso de instrumentos sinfônicos está disseminado em praticamente
todos os estilos do heavy metal, mas em nenhum com tanta evidência
quanto aqui.
Nos
últimos anos, o estilo tem se caracterizado pelo uso cada vez maior
de vocais femininos operísticos.
Pioneiros:
Rhapsody, Rage, Therion, Haggard
Audição
recomendada:
Therion
– Theli (1996)
Nightwish
– Oceanborn (1998)
Rhapsody
– Symphony of Enchanted Lands (1998)
Rage
– XIII (1998)
Trans-Siberian
Orchestra – Beethoven's Last Night (2000)
Dark
Moor – The Hall of the Olden Dreams (2000)
Within
Temptation – Mother Earth (2000)
Haggard
– Eppur si muove (2004)
After
Forever – After Forever (2007)
Epica
– The Divine Conspiracy (2007)
Thrash
Metal
O
thrash surgiu no início da década de 80, primeiramente nos Estados
Unidos e logo depois ne Europa. A famosa cena da Bay Area de San
Francisco revelou bandas seminais como o Metallica, Slayer e Exodus.
Quase ao mesmo tempo, a Alemanha também fazia história como grupos
como o Destruction, Kreator e Sodom.
O
que esses grupos fizeram foi unir a sonoridade cheia de melodia da
NWOBHM com a agressividade do punk, fazendo nascer um gênero novo
que influenciou profundamente a história do heavy metal.
Composições
longas, cheias de mudanças de andamento e baseadas em riffs, fizeram
a cabeça de grande parte dos headbanger durante a década de
oitenta, em uma resposta aos caminhos cada vez mais intrincados que o
metal daquela época vivia. A guitarra base assumiu um posto de
destaque no thrash metal, cuspindo riffs e bases que alicerçaram o
gênero. Liricamente, os temais sociais começaram a ser explorados,
com músicas falando de violência, morte e guerras.
Pioneiros:
Metallica, Slayer, Megadeth, Destruction, Kreator, Sodom, Anthrax
Audição
recomendada:
Exodus
– Bonded by Blood (1985)
Destruction
– Infernal Overkill (1985)
Metallica
– Master of Puppets (1986)
Slayer
– Reign in Blood (1986)
Kreator
– Pleasure to Kill (1986)
Anthrax
– Among the Living (1987)
Testament
– The Legacy (1987)
Overkill
- Taking Over (1987)
Sodom
– Agent Orange (1989)
Megadeth
– Rust in Peace (1990)
Sepultura
– Arise (1991)
Viking
Metal
O
viking metal nasceu com o álbum Hammerheart, lançado pelo
Bathory em 1990. No disco, o grupo liderado por Quorton deixou de
lado o black metal e explorou uma sonoridade influenciada pela
mitologia viking.
O
uso de riffs galopantes e instrumentos folclóricos nórdicos
diferencia o estilo dos demais. Além disso, algumas bandas costumam
se vertir com figurinos que lembram os antigos guerreiros vikings, e
cantam letras de louvor a antigas batalhas.
Pioneiros:
Bathory, Thyrfing, Falkenbach, Borknagar
Audição
recomendada:
Bathory
– Hammerheart (1990)
Borknagar
– The Olden Domain (1997)
Falkenbach
- … Magni Blandinn Ok Megintiri … (1998)
Thyrfing
– Vansinnesvior (2002)
Graveland
– The Fire of Awackening (2003)
Turisas
– Battle Metal (2004)
Amon
Amarth – Surtur Rising (2011)
Como sempre belo texto! Abs!
ResponderExcluirMatéria fantástica! Parabéns!
ResponderExcluirAí está uma matéria de respeito, com todos os estilos bem representados. Só pra dar inveja na galera, esses dias na Galeria do Rock achei dois discos do Cult of Luna lacrados por 10 reais heheheh
ResponderExcluirsensacional!!!muitos headbangers precisavam de uma aula dessas...
ResponderExcluirRicardo, você entrou (e você sabe rs) num terreno pra lá de polêmico rs Definir quais os subestilos do metal, seja historicamente seja na atualidade, e ainda tentar enquadrar bandas neles é algo pra lá de arriscado, e cada tópico desse post geraria boas e SAUDÁVEIS discussões (discussão NÃO é briga, e tampouco se trata de "rotular" bandas, como muitos dizem, de um forma até 'pejorativa' - sendo que, pelo contrário, é o tipo de coisa que apenas enriquece e esclarece).
ResponderExcluirAliás, é bem óbvio que você citou bandas pra lá de variadas, que se encaixariam até em mais de um estilo - o que eu até costumo jogar tudo no campo do progressivo.
Logo, concluo dizendo que, só por ter arriscado uma matéria dessa magnitude, já merece meu APLAUSO! (concordemos ou não com o que foi dito, se incluiríamos ou não bandas, se classifcaríamos de modo diverso ou não, etc.)
Eu estava me abstendo de fazer maiores comentários no blog, já que fui tesourado diversas vezes (então, se não vou ser ouvido na hora da crítica, acho que também devo me abster quando é para elogiar). PORÉM, como é assunto pertinente ao que andamos discutindo em tópicos recentes, acho que vale deixar aqui meu incentivo a mais matérias como essa.
saudações!
ótimo texto , até salvei para conferir os discos que não conheço.
ResponderExcluirÓtima matéria...muito didática... eu só incluiria também o GLAM METAL ou HAIR METAL, mas que no Brasil é considerado Hard...sabe-se lá pq ????
ResponderExcluirMeus parábens !!!!!
Uma aula! os diversos estilos foram tão bem resumidos que (acho) chamar o texto de perfeito não seria exagero!
ResponderExcluirparabéns!
Boa matéria, só que o Cannibal Corpse nunca foi Grindcore ou fez um álbum próxima a esse estilo.
ResponderExcluirMateria fraca. Nada que ninguem já saiba...
ResponderExcluirAo citar os discos pecou feio! Discos muito mais importantes no Heavy Metal foram esquecidos substituidos por albuns fracos.
Boa matéria, apesar de algumas coisas que eu não concordo, ("Ahes Of The Wake" metalcore?).
ResponderExcluirMatéria interessante e boa pra se colocar numa roda de papo sobre metal. Claro que poderiam ter outros discos, clássico tal do gênero tal e blá, blá, blá.... Mas e daí?! O texto tá ai pra quem quiser ler e diante de tanta música ruim e falta de estudos de metal, enriquece e permite muitos que estáo no início pra curtir o som, tenham referências.
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho!
Uma boa matéria, mas tem dois detalhes: o grindcore não fica só nos temas explicitados, já que você citou Napalm Death cujos álbuns, não sei se são todos, mas alguns trazem letras de cunho político basta só olhar a capa do Scum por exemplo. No caso do Graveland, o prórprio Rob Darken define a banda como pagan metal é só olhar as letras dos discos e notar que a sonoridade não tem nada haver com o Viking Metal.
ResponderExcluirUma boa matéria, mas tem dois detalhes: o grindcore não fica só nos temas explicitados, já que você citou Napalm Death cujos álbuns, não sei se são todos, mas alguns trazem letras de cunho político basta só olhar a capa do Scum por exemplo. No caso do Graveland, o prórprio Rob Darken define a banda como pagan metal é só olhar as letras dos discos e notar que a sonoridade não tem nada haver com o Viking Metal.
ResponderExcluirO Skyclad merecia estar em Folk Metal.
ResponderExcluirMeshuggah nao e avant-garde nem fodendo
ResponderExcluirCara eu gostei muito da matéria, pois ela traz muita informação sobre o Metal. Achei q faltou o Glam Metal, e somente isso por enquanto, pois, não conheço muito sobre os gêneros, subgêneros, vertentes do Metal etc. Poderia dar uma atualizada nessa matéria visto q faz o q? Seis anos q foi escrita? Portanto concluo cm imensa satisfação a leitura desta matéria, pois, mesmo cm alguns erros citados em outros comentários ela é bem completa e ajuda os headbangers novatos a conhecer um pouco mais deste maravilhoso gênero, estilo de vida ou como queirão classificar chamado Metal.
ResponderExcluirCara sou teu fã
ResponderExcluirDuas palavras parabéns e obrigado parcero
HELL YEAH
Sempre se comunica bem
ponderado antenado justo sensato
Abraço!